Agência Brasil

Entre os últimos trimestres de 2018 e de 2019, o número de baianos com 10 anos ou mais de idade que usaram a Internet, no estado, cresceu 10,3%, passando de 8,3 milhões para 9,2 milhões. Assim, de um ano para o outro, o percentual de internautas aumentou de 65,1% para 71,3%, um avanço de 6,2 pontos percentuais.

O aumento absoluto de 860 mil novos usuários em apenas um ano foi o maior registrado no estado desde 2016, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou a investigação anual da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) sobre Tecnologias de Informação e da Comunicação (TIC).

Esta evolução foi ainda a segunda maior do país, atrás apenas da registrada em São Paulo, onde o número de pessoas que usaram a Internet aumentou em 1,4 milhão no mesmo período – de 33,6 milhões em 2018 para 34,9 milhões em 2019.

Em termos proporcionais, a taxa de crescimento baiana (+10,3%) foi quase o dobro da verificada no Brasil como um todo. No país, o número de pessoas de 10 anos ou mais de idade que havia acessado a Internet cresceu 5,6%, entre 2018 e 2019, passando de 135,9 milhões para 143,4 milhões (+7,5 milhões).

O crescimento baiano em termos percentuais foi o terceiro mais elevado, empatado com o de Rondônia e menor apenas que os verificados no Acre (+11,5%) e no Piauí (+10,8%). O importante aumento no número de pessoas que usaram a Internet na Bahia fez o estado subir três posições no ranking da proporção de internautas na população de 10 anos ou mais de idade, de 20º lugar em 2018, para 17º em 2019, entre as 27 unidades da Federação.

Ainda assim, no pré-pandemia, 3 em cada 10 pessoas de 10 anos ou mais de idade na Bahia não acessavam a Internet de nenhuma maneira (nem pelo celular). Ou seja, 28,7% da população ou cerca de 3,705 milhões de moradores estavam “off-line”.

No final de 2019, o percentual dos que utilizavam a Internet no estado (71,3%) estava abaixo do verificado no Brasil como um todo (78,3%) e muito aquém das proporções nas unidades da Federação que lideravam nesse indicador: Distrito Federal (92,1%), São Paulo (86,4%) e Rio de Janeiro (84,7%). No outro extremo, Maranhão (57,0%), Piauí (63,6%) e Alagoas (64,0%) tinham os menores percentuais de moradores que utilizavam a Internet.

Crescimento no interior
O aumento do número de internautas na Bahia, entre 2018 e 2019, foi maior fora da Região Metropolitana de Salvador, entre as mulheres, as pessoas idosas e as menos instruídas.

Pouco menos de um terço dos 9,2 milhões de pessoas que acessaram a Internet na Bahia, no quatro trimestre de 2019, residiam na Região Metropolitana de Salvador. Elas somavam cerca de 3,0 milhões de pessoas e representavam 32,6% dos internautas do estado.

Frente a 2018 (quando eram 2,8 milhões), esse grupo de internautas “metropolitanos” cresceu 6,5% (mais 183 mil pessoas), quase metade da taxa de crescimento verificada no restante do estado, onde o número de internautas aumentou 12,2%, passando de 5,5 milhões para 6,2 milhões (mais 677 mil).

Desde 2016, as mulheres se mantêm maioria entre os internautas na Bahia (como são na população em geral) e representavam 53,8% do total em 2019 (4,9 milhões dos 9,2 milhões). Frente a 2018, esse grupo cresceu 10,4% (mais 468 mil), enquanto o de homens aumentou 10,1% (mais 391 mil).

Por faixa etária, o crescimento do acesso à Internet na Bahia, entre 2018 e 2019, foi puxado pelas pessoas idosas. Os internautas de 60 anos ou mais de idade passaram de 602 mil para 825 mil em um ano, uma taxa de crescimento de 37,0%, representando mais 223 mil pessoas nesse grupo etário utilizando a Internet. Ou seja, entre 2018 e 2019, 1 em cada 4 novos internautas na Bahia tinha 60 anos ou mais de idade.

Na análise dos que acessaram a Internet por nível de instrução, o maior avanço se deu entre as pessoas sem instrução ou com até o ensino fundamental incompleto, onde os internautas passaram de 2,8 milhões em 2018 para 3,2 milhões em 2019 (+399 mil pessoas ou +14,4%).

Boom da Netflix
Com o acesso à Internet via telefone celular praticamente universalizado na Bahia (informado por 98,9% dos 9,2 milhões de internautas em 2019) e o acesso pelo computador ou tablet seguindo em queda (informado por 34,7% dos que utilizaram a Rede), o equipamento que mais ganhou adeptos para navegar na Internet no estado foi a televisão.

No quarto trimestre de 2019, pouco mais de 2 em cada 10 pessoas que usaram a Internet na Bahia (23,6%) fizeram isso pela TV. Um total de 2,2 milhões de usuários informaram ter navegado por meio desse equipamento, grupo que cresceu 53,6% frente a 2018, quando somava 1,4 milhão de pessoas (17,0% do total naquele ano).

No Brasil, o acesso à Internet pela TV também foi o que mais cresceu, de 23,2% dos usuários em 2018 (31,5 milhões de pessoas) para 31,9% em 2019 (45,7 milhões).

A quase onipresença do celular para acessar a Internet e o forte crescimento da utilização da televisão estão bastante relacionados com as finalidades mais frequentes de utilização do serviço e as que mais ganharam adeptos.

Na Bahia, em 2019, trocar mensagens de texto, voz ou imagem por aplicativos diferentes do e-mail se manteve como a finalidade mais frequente de uso da Internet, citada por 93,8% dos internautas, ou 8,6 milhões (frente a 95,1% em 2018).

Entretanto, em relação a 2018, as finalidades que mais cresceram no estado foram, respectivamente, assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (citada por 87,7% dos usuários em 2019 frente a 84,8% em 2018) e conversar por chamada de voz ou vídeo (citada por 92,2% dos usuários em 2019, frente a 89,8% em 2018).

Por outro lado, a finalidade de uso menos frequente continuou sendo enviar ou receber e-mail, citada por 50,7% das pessoas que utilizaram a Internet na Bahia, tanto em 2019 quanto em 2018.

No Brasil como um todo, o perfil e o movimento das finalidades de uso da Internet, em 2019, foram bem parecidos. O uso mais informado foi trocar mensagens de texto, voz ou imagem por aplicativos diferentes do e-mail (por 95,7% dos usuários). A segunda finalidade mais frequente foi conversar por chamadas de voz ou vídeo (91,2%), que vem aumentando desde 2016, assim como a proporção de pessoas que usaram a Internet para assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (88,4%).

Por outro lado, no país, o percentual dos que acessam a Internet com a finalidade de enviar e receber e-mail vem se reduzindo a cada ano, chegando a 61,5% em 2019.

15% dos estudantes não usava internet
Na Bahia e no Brasil como um todo, o percentual de estudantes que acessavam a Internet no quarto trimestre de 2019 (84,2% no estado e 88,1% no país) era maior do que na média da população (71,3% e 78,3% respectivamente).

O número de internautas entre as pessoas de 10 anos ou mais de idade que estudavam também cresceu no estado. Passou de 2,148 milhões em 2018 para 2,271 milhões em 2019 (+5,7%), o que representou mais 123 mil estudantes utilizando a Rede em um ano. A Bahia teve o maior crescimento absoluto do país nesse contingente e o terceiro maior aumento percentual.

Apesar do expressivo avanço, o estado tinha no fim de 2019, às vésperas da pandemia da Covid-19 e da necessidade de adesão ao ensino remoto, 15,8% de seus estudantes sem usar a Internet, o que representava 428 mil pessoas. Essa proporção (15,8%) estava acima da média nacional e era a 11a mais elevada entre as 27 unidades da Federação.

No Brasil como um todo, 11,9% dos estudantes não acessavam a Internet no quarto trimestre de 2019 (4,263 milhões de pessoas). Maranhão (36,1%), Amazonas (31,2%) e Pará (26,6%) tinham os maiores percentuais de estudantes “off-line”, enquanto Distrito Federal (3,6%), Rio Grande do Sul (5,0%) e São Paulo (5,5%) tinham os menores.

Em números absolutos (428 mil estudantes sem Internet), a Bahia ficava em terceiro lugar no país, abaixo apenas de Maranhão (513 mil) e Pará (473 mil).

O número de estudantes baianos de 10 anos ou mais de idade sem telefone celular para uso pessoal era ainda mais expressivo. No quarto trimestre de 2019, 1 em cada 3 pessoas que estudavam no estado não possuía o aparelho: 33,5% do total ou 904 mil pessoas. Era o segundo maior contingente do país, em termos absolutos, abaixo apenas do verificado em São Paulo (1,349 milhão de estudantes sem celular).

O número de estudantes com celular não avançou tanto na Bahia quanto o de internautas. Cresceu 3,9%, passando de 1,727 milhão em 2018 para 1,795 milhão em 2019 (mais 68 mil estudantes com o aparelho em um ano).

No Brasil como um todo, em 2019, 26,8% dos estudantes não tinham celular (9,7 milhões). Além de estar acima do indicador nacional, a proporção de estudantes sem celular na Bahia (33,5%) era a 10a maior entre as 27 unidades da Federação, num ranking liderado por Maranhão (50,3%), Pará (47,1%) e Amazonas (47,0%). Rio Grande do Sul (15,8%), Distrito Federal (16,3%) e Santa Catarina (18,2%), por sua vez, tinham os menores percentuais de estudantes sem celular.

Considerando todas as pessoas de 10 anos ou mais de idade, na Bahia 74,0% tinham telefone celular no quarto trimestre de 2019 (9,6 milhões em números absolutos). Esse grupo cresceu 5,0% frente a 2018, quando somava 9,1 milhões (71,0% do total), o que significou mais 453 mil pessoas com celular em um ano.

A proporção das pessoas que tinham celular na Bahia era apenas a 18a entre as 27 unidades da Federação, num ranking liderado por Distrito Federal (90,3%), Rio Grande do Sul (88,)%) e São Paulo (87,2%). No outro extremo estavam Maranhão (58,4%), Pará (63,1%) e Amazonas (66,6%).

No Brasil como um todo, em 2019, 148,4 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade tinham telefone móvel celular para uso pessoal, o que correspondia a 81,0% da população nessa faixa etária, percentual um pouco maior que o de 2018 (79,3%). (Correio da Bahia)