A Bahia ocupa o terceiro lugar no ranking nacional de estados com mais casos de violência doméstica contra mulheres em dias de jogos de futebol, conforme divulgado nesta quinta-feira (21) pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) em parceria com a Polícia Civil.
O levantamento aponta números alarmantes: mais de 2.500 inquéritos policiais foram abertos e quase 13 mil pedidos de medidas protetivas de urgência foram solicitados no estado. Entre janeiro e junho deste ano, foram registrados 50 casos de feminicídio.
A promotora de Justiça do Ministério Público da Bahia, Mirella Brito, explicou que o aumento da violência nesses dias está relacionado à exacerbação de comportamentos agressivos durante eventos esportivos.
Ela destacou que o futebol, muitas vezes, serve como um catalisador para frustrações pessoais de homens que descarregam suas tensões nas mulheres. O levantamento revelou que em dias de jogos, os Boletins de Ocorrência (B.O.s) relacionados a ameaças contra mulheres aumentam em 23,7%, enquanto os casos de lesão corporal sobem 20,8%.
Quando a partida ocorre na cidade, o aumento chega a 25,9%. Os agressores, geralmente, são companheiros ou ex-companheiros das vítimas, como no caso de Mariana (nome fictício), que relatou: “Eu achei que fosse morrer. Sempre que o Bahia empatava ou perdia, ele criava um novo hematoma no meu corpo”.
O estudo também aponta um crescimento significativo nas denúncias feitas por mulheres jovens, entre 18 e 29 anos. As vítimas podem denunciar a violência pelo número 180 ou, em caso de emergência, ligar para o 190 da Polícia Militar. Além disso, há suporte disponível na Casa da Mulher Brasileira e nas Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deams).