EC Bahia

“Amanhã o Bahia tem mais um compromisso em casa pelo Campeonato Brasileiro”. Em outros tempos, essa afirmação soaria como música para os ouvidos tricolores. Mas, nos últimos jogos, atuar como mandante tem sido um verdadeiro pesadelo para o Esquadrão.

Diante do Sport, no último domingo, em Pituaçu, o time sofreu a quarta derrota seguida em casa. Antes do placar por 2×1 aplicado pelos pernambucanos, a equipe já havia caído para Flamengo (5×3), Grêmio (2×0) e Atlético Goianiense (1×0).

Contando o empate por 1×1 com o Palmeiras, ao todo já são cinco jogos sem saber o que é comemorar uma vitória dentro de casa. Faz quase dois meses desde a última vez que o Bahia garantiu os três pontos como mandante. O último triunfo em Pituaçu foi no dia 16 de agosto, quando bateu o Red Bull Bragantino por 2×1, pela terceira rodada.

A última vez que o time havia emplacado uma sequência de quatro derrotas em casa foi na temporada 2014, quando foi derrotado por Fluminense, Santos, São Paulo e Internacional, respectivamente, todos pelo Brasileirão. Naquele ano, o Esquadrão acabou rebaixado à Série B. Por isso, o sinal de alerta está cada vez mais forte na Cidade Tricolor.

Na atual edição do Brasileirão, o Bahia vem acumulando marcas negativas. Após o fim da 13ª rodada, aparece como o quarto pior mandante da Série A. Dos 21 pontos que disputou em casa, o time baiano somou apenas sete.

No aproveitamento como mandante, o Esquadrão supera só o Botafogo e se iguala ao Atlético-GO, com 33,3%. Em números absolutos, está à frente no quesito de ambos, que conquistaram seis pontos, e empata com Coritiba, Goiás e Grêmio – todos, porém, só jogaram seis vezes em casa e o tricolor tem uma vitória a mais que os gaúchos.

No entanto, no quesito derrotas, o Bahia é soberano. Os quatro reveses que sofreu em casa colocam o Esquadrão como o time que mais perdeu como mandante entre os 20 do Brasileirão. Coritiba, Goiás e Botafogo, com três derrotas cada, aparecem na sequência.

Além disso, a derrota para o Sport fez o Bahia igualar o seu segundo pior início como mandante no Brasileirão dos pontos corridos desde que o torneio passou a ser disputado por 20 equipes. Em 2012, o time também somou sete pontos em sete jogos. A campanha supera apenas os quatro pontos conquistados em sete partidas em 2014.

Para efeito de comparação, no ano passado o Bahia o chegou a somar 16 pontos nos primeiros sete jogos que fez em casa. Na ocasião, o tricolor conseguiu fazer a sua melhor campanha em um primeiro turno, com 31 pontos.

Juntando todo esse cenário ao ingrediente de defesa mais vazada do Brasileirão que o Bahia ostenta, com 22 gols sofridos em 13 jogos, fica fácil entender o motivo do time estar brigando contra o rebaixamento. É o 16º colocado, com 12 pontos no geral.

Amanhã, o time de Mano Menezes vai ter mais uma chance para quebrar a sequência negativa em casa e reagir no Brasileirão. A partir das 19h15, recebe o Vasco no estádio de Pituaçu, pela 14ª rodada. Vencer se tornou questão de necessidade.

Matemática complicada
O desempenho ruim no Brasileirão tem deixado o tricolor distante até do mínimo de pontos que foi estabelecido pelo clube antes do início da Série A. Na conta, o Bahia divide a competição em blocos de seis jogos, nos quais precisa de pelo menos oito pontos em cada para garantir uma campanha segura.

Apenas no primeiro bloco o Esquadrão conseguiu alcançar a meta mínima. No segundo, que teve fim com a vitória sobre o Botafogo, a equipe somou quatro pontos. O prejuízo agora precisa ser recuperado nos outros quatro blocos, mas o tricolor abriu o terceiro perdendo para o Sport.

Na matemática do Bahia, a ideia é finalizar a 36ª rodada com 48 pontos – em teoria, livre do rebaixamento. Assim, teria ainda mais dois jogos para tentar algo mais. A cada rodada que passa, as contas para escapar do rebaixamento se reforçam e não permitem enxergar além disso no horizonte. Correio da Bahia