A Bahia entrou na lista dos estados com queda na média móvel de mortes provocadas por causa do novo coronavírus. A comparação dos números da última terça-feira (1º) com os de duas semanas atrás mostra que houve uma redução de 18% na quantidade de mortes diárias no estado. Apesar disso, autoridades e especialistas contam que é necessário manter todos os cuidados para evitar o avanço do vírus no estado. A média móvel das mortes é caculada pelo número de morte dos últimos sete dias.
O indicador é usado por especialistas e autoridades da saúde para monitorar o avanço da doença no país. No dia 19 de agosto, o estado registrou uma média de 68 mortes por dia. Na última terça-feira (1º), 14 dias depois, a média caiu para 56. Na prática, isso significa que houve uma redução de 18%. Além da Bahia, outros 13 estados do país apresentam redução no número de mortes causadas pela Covid-19.
Segundo o último boletim da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), divulgado na tarde desta quarta-feira (2), a Bahia tem mais recuperados da doença da Covid-19 do que infectados pelo novo coronavírus. O levantamento aponta que 247.249 pessoas são consideradas recuperadas, e 9.548 estão com o vírus ativo, podendo transmiti-lo. Apesar dos números positivos, Ângelo Loulo, pesquisador do Portal Geocovid-19, pontua que o risco de transmissão ainda é muito grande.
“O número de recuperados é um número importante, mas o tamanho da população que ainda corre risco de ser infectada ainda é muito grande. A maioria da população baiana ainda está em risco. O risco é tão grande quanto o número de infectados que estão circulando no nosso estado. Quanto menor número de infectados circulando no estado, menor o risco para as pessoas e para os municípios”, disse.
O secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, também chamou atenção para a situação. Ele pontuou que os números positivos se devem a uma redução da contaminação na região metropolitana de Salvador. No entanto, outros pontos do estado ainda precisam de atenção.
“A partir de agora, nós estamos tendo, dia após dia, um número menor, puxado principalmente pela redução aqui na região metropolitana de Salvador. Isso não quer dizer que a pandemia diminuiu de intensidade em todo estado. Infelizmente, ela continua avançando no sul, no oeste e no centro-oeste [da Bahia]”, disse o secretário. Ele contou também que os leitos de UTI devem ser disponibilizados para outras demandas, caso os números de infectados pelo novo coronavírus no estado continuem caindo.
“A previsão é que, a partir da próxima semana, nós comecemos a transferir pacientes de hospitais não Covid-19, que nós já identificamos como os primeiros a serem desmobilizados, para estrutura de hospitais de campanhas. De sorte a fazer com que esses hospitais sejam a cada dia mais ocupados por pacientes com outras doenças”, pontuou.
Salvador também vem apresentando redução no número de mortes, por dia. No dia 19 de agosto, eram 27. Já na última terça, esse número passou para 14, uma redução de 48%. Na terça-feira (1º), a taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 em Salvador caiu para 48%; o menor desde início da pandemia. De acordo com o secretário da saúde da capital baiana, Leo Prates, os números positivos refletem na prática.
“As UPAs têm amanhecido com cinco pessoas, em média, e têm terminado o dia sem nenhuma a regular [para hospitais Covid]. Tanto que vamos fazer uma discussão com o governo do estado sobre um plano de desmobilização, sobre o que iremos desmobilizar primeiro. Não no sentido de ‘vamos retirar leitos Covid-19 para não fazer nada’. Não A ideia é pegar aqueles leitos que foram convertidos para Covid-19 no início da pandemia, que foi uma decisão acertada do governo do estado, mas que agora estão fazendo falta porque muitas pessoas deixaram de se cuidar durante essa pandemia, deixaram de ir a uma unidade de saúde, e estão chegando nas nossas UPAs bastante agravadas”, contou. G1