Os 201 anos de independência do Brasil na Bahia já são celebrados desde o início do mês através do projeto ‘Bahia: Memórias de Lutas e Liberdade – 2024’, também conhecido como Rota da Liberdade. A iniciativa que já tem quase 20 anos, visa difundir e detalhar para os estudantes baianos o movimento popular que culminou com a definitiva expulsão dos militares que ainda defendiam o domínio português.
Ao todo 17 municípios serão contemplados até o final de julho. As cidades foram escolhidas pela contribuição dos seus moradores no processo da independência. Isso porque após o dia 07 de setembro de 1822, data ainda apontada oficialmente na maioria dos livros de História como independência do Brasil, prepostos de Portugal continuaram a dominar as terras na Bahia até o dia 02 de julho de 1823.
Este ano as ações do projeto já aconteceram em cinco cidades, sempre com os estudantes de escolas públicas do Ensino Médio. Cada encontro é aberto com a aula ‘O processo de Independência do Brasil na Bahia’.
Com espaço para debates, a ênfase é na participação de cada uma das localidades atingidas no movimento libertário.
Os eventos contam também com atividades artísticas e culturais e distribuição de livros abordando o tema, produzidos pela editora Fundação Pedro Calmon (FPC), sendo um paradidático e os dois primeiros volumes da Coleção Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia (CBIBB).
Mais cidades
Para o diretor em exercício do Centro de Memória da Bahia/unidade da FPC, Walter Silva, o projeto executado em parceria com as Secretarias de Cultura e da Educação do Estado está sensibilizando não só os estudantes, pois através deles esse conhecimento histórico deverá se espalhar nas comunidades.
Ele defendeu a ampliação no número de municípios atingidos pelo projeto, pontuou que devagar a lista está crescendo e citou que em 2023 foram 15 cidades.
Ao salientar a relevância da iniciativa da população baiana no processo da independência, notadamente do Recôncavo, destacou que o estudo dos documentos da época tem revelado informações que ainda eram desconhecidas.
Walter Silva explicou que “novas pesquisas (em arquivos ainda não estudados) podem trazer mais dados ao nosso conhecimento” e enfatizou que no primeiro momento o enfrentamento contou com foices e facões. Segundo o historiador, a participação de moradores de Caetité, que se articularam em apoio aos moradores do Recôncavo, ainda é um fato menos conhecido, mas foi fundamental pelo envio de mantimentos e outros recursos que reforçaram a população para os embates.
Caetité foi um dos municípios já contemplados em 2024 com encontro no Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão Produtivo, em evento dia 18 de junho. Este ano a programação teve início em Cachoeira no dia 04 de junho e já passou também por São Felix, Maragogipe e São Francisco do Conde, retornando após o recesso escolar, dia 08 de julho em Itaparica.
As demais cidades contempladas são Santo Amaro, Saubara, Feira de Santana, Jaguaripe, Valença, Cairú, Governador Mangabeira, Simões Filho, Candeias, Camaçari e Salvador. A edição 2024 do projeto atinge ao todo cinco Territórios de Identidade: Metropolitano de Salvador, Recôncavo, Portal do Sertão, Sertão Produtivo e Baixo Sul.
Os livros distribuídos este ano são ‘Independência do Brasil na Bahia: Memória e Patrimônio no Recôncavo’, de Tamires Costa; ‘O Antilusitanismo e o processo de independência em Rio de Contas entre 1822-23’, de Moisés Amado Frutuoso e ‘Entre Brasil e Portugal: A Trajetória de Luís Paulino de Oliveira Pinto da França (1771-1824)’, de Danielle Machado Cavalcante Leite. A Tarde