A Bahia registrou 24 sequestros entre janeiro e setembro deste ano, sendo 75% deles em Salvador ou cidades que ficam na região metropolitana. Nesta última quarta-feira (15), a Polícia Civil prendeu três homens em uma operação contra organizações criminosas. Outros dois mandados de prisão, além mandados busca e apreensão também são cumpridos na capital e região metropolitana.

“As investigações estão em andamento, mas desses 18, nós há 10 dias fizemos uma prisão, há mais ou menos oito dias, nós em duas situações, nós fizemos autuações em flagrante de partícipes de extorsões mediante sequestro”, disse o coordenador de Repressão a Extorsão Mediante Sequestro (Draco), delegado Adailton Adam.

“Estamos com outros inquéritos em andamento e acredito que teremos novas operações em razão da fácil elucidação do crime de extorsão mediante sequestro. Como ele tem se demonstrado para a gente, no bojo das investigações, na cooperação Ministério Público e poder judiciário”, afirmou.

Batizada de “Operação Cangalha”, a ação é realizada em todos os estados do Nordeste, com apoio do Ministério da Justiça. O objetivo é desmontar quadrilhas responsáveis por diversos crimes, como tráfico de drogas, roubo a bancos e corrupção. O balanço regional de presos ainda não foi divulgado.

Na Bahia, a Justiça emitiu cinco mandados de prisão pelos crimes de extorsão e sequestro – sendo que dois ainda não foram cumpridos. Em Salvador, as ações acontecem nos bairros de Plataforma, São Marcos, Pernambués, Sussuarana e Cabula, além do município de Camaçari.

De acordo com o coordenador de Repressão a Extorsão Mediante Sequestro (Draco), delegado Adailton Adam, a operação será contínua e mandados por outros crimes também poderão ser deflagrados na Bahia.

“Conseguimos cinco mandados de prisão preventiva e de buscas, para tirar de circulação essa parte da quadrilha – porque temos mais envolvidos. Fazemos parte da diretiva nacional da Operação Cangalha, em todos os estados do Nordeste, na qual estamos prendendo pessoas envolvidas com vários crimes”, explicou ele.

Na sede da Draco, um dos presos se identificou aos jornalistas pelo prenome Lucas. A polícia, no entanto, ainda não confirmou se esse é mesmo o nome dele, nem detalhou o sobrenome. O suspeito disse que não tem envolvimento com o caso, e que não conhece o segundo homem preso – que também não teve nome divulgado.

Prisões na Bahia

Ainda segundo o delegado Adam, dois homens foram presos antes das 7h. Eles fazem parte de uma quadrilha que praticou um sequestro no distrito de Jauá, em Camaçari, em junho deste ano. Ele não contextualizou a ação, mas disse que as investigações começaram desde então.

“Essa investigação está correndo desde o mês de junho, quando aconteceu o sequestro. O resgate foi pago, foi pago R$100 mil, e agora nós estamos no contínuo das investigações, finalizando os trabalhos e apresentando eles à Justiça”, detalhou o delegado.

Celulares usados pelos suspeitos presos foram apreendidos. Além disso, as contas bancárias por onde o dinheiro extorquido passou já foram bloqueadas pela Justiça.

Um dos suspeitos, branco, chegou na delegacia com máscara, em um carro pessoal. O outro, negro, chegou momentos depois, no fundo de uma viatura, sem máscara e sem camisa.

Os dois prestaram depoimento durante a manhã desta quarta e serão encaminhados para audiência de custódia. A dupla negou envolvimento no crime.

Por volta das 12h, o terceiro mandado de prisão foi cumprido na cidade de Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador. Não há detalhes sobre o crime praticado pelo suspeito. A polícia segue na operação para cumprir os outros dois mandados de prisão.

Na Bahia, a Cangalha é comandada pela Draco, com apoio da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça (SEOP/MJ) e a Coordenação de Operações Especiais (COE).

Casos recentes

No dia 18 de agosto, quatro pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no sequestro de um empresário na Estrada Velha do Aeroporto, em Salvador. A polícia detalhou que a vítima foi sequestrada um dia antes. As diligências foram realizadas nos bairros da Itinga, Liberdade e Fazenda Grande.

De acordo com a polícia, a quadrilha pediu à família da vítima a quantia de R$ 103 mil. Conforme explicou o coordenador de Repressão a Extorsão Mediante Sequestro do Draco, delegado Adailton de Souza Adam, dois suspeitos da ação foram presos em flagrante e a vítima foi liberada. O empresário foi resgatado.

Dois dias depois, a Polícia Civil fez uma operação contra uma quadrilha envolvida com sequestros. Durante a ação, um policial militar foi preso. O delegado Adailton Adan informou que o PM pertencia a um grupo especializado em sequestros que teria recebido o resgate por uma vítima e que, mesmo assim, essa pessoa nunca foi encontrada. G1