Uma baiana de 23 anos, que foi vítima de queimaduras graves quando tinha pouco mais de 2 anos, ganhou 185 mil seguidores no Tik Tok, após publicar um vídeo se divertindo com o filho. Josy Novaes mora com o filho Enzo e o marido no bairro de Pau da Lima, em Salvador. A baiana contou que foi atingida por uma panela de pressão quente, quando brincava com os primos, na cidade de Eunápolis, que fica no sul da Bahia.

“Eu estava brincando com meus primos, em Eunápolis. A gente entrou na cozinha correndo, eu me esbarrei no fogão e a panela de pressão, que estava destampada e tinha acabado de cozinhar o feijão, virou em cima de mim”, disse a baiana.

O acidente provocou queimaduras de segundo e terceiro grau no rosto, nos braços e pouco acima dos peitos. Por causa dos ferimentos, Josy precisou ficar internada por um longo período, acabou contraindo uma infecção generalizada e passou por várias cirurgias para corrigir as deformidades causadas pelas queimaduras.

“Eu fiquei internada em Eunápolis e depois fui transferida para Ilhéus, onde eu peguei uma infecção generalizada e tive que fazer vários enxertos no rosto, para tampar onde havia as infecções. Eles tiraram a pele das minhas duas pernas e colocaram no rosto”, lembrou Josy Novaes.

Após o procedimento de socorro emergencial, Josy ficou internada por seis meses em Ilhéus e depois voltou para a cidade natal. A jovem continuou fazendo tratamento mensal em Salvador. Josy Novaes conta que desistiu de fazer procedimentos cirúrgicos quando completou 13 anos.

Ela considerava as cirurgias muito dolorosas. “Não sei te dizer ao certo quantas [cirurgias] foram porque foram muitas”, relatou. Atualmente, a baiana mudou de ideia e pretende realizar cirurgias no nariz e na boca, locais que ela ainda se incomoda com as marcas do acidente.

Bullying na escola e nas ruas

Josy Novaes mora em Salvador e nasceu em Eunápolis — Foto: Reprodução / Redes Sociais

Josy Novaes conta que sofreu bullying na escola por causa das queimaduras. “Enfrentei preconceitos no colégio, dos amiguinhos, que riam muito, zoavam e eu queria desistir. Chegava várias vezes em casa chorando, querendo desistir do colégio, porque meus amigos zoavam e tudo no começo do ano, porque quando passava os primeiros três meses da aula, tudo se normalizava e eu conseguia terminar o ano tranquila”, lembrou.

A baiana afirmou que quando chegou no ensino médio, os insultos e risos diminuíram. Entretanto, ela ainda convive com risos e olhares maldosos na rua. “Na rua é bastante preconceito até hoje. Quando eu saio, vejo muitos olhares. Se eu estou no ponto de ônibus passa gente dentro do ônibus e aponta, comenta. Tem gente que dá risadas”, contou. Josy não esconde a dor com os olhares e brincadeiras maldosas por causa da aparência.

“Me dói, mas eu só peço a Deus para abençoar eles, porque uma pessoa dar risada de qualquer tipo de deficiência, sabendo que isso foi um acidente, não tem coração. Só peço a Deus para abençoar eles”, disse Josy Dias.

Sucesso nas redes sociais

O sucesso nas redes sociais começou após a comadre da mãe de Josy Novaes incentivar ela a fazer um vídeo no Tik Tok. Ela disse que se assustou com a rápida repercussão que o vídeo teve.

“Eu fiz um vídeo com meu filho e postei umas 21h da noite e, no dia seguinte, ele já tinha viralizado. Eu comecei a fazer vídeos, começou a viralizar, até que um deles chegou a 5 milhões de visualizações e o último que postei, que está chegando a 7 milhões”.

Josy Novaes disse que esse “sucesso” no Tik Tok a ajudou no processo de aceitação dela mesmo. “Eu ouço muitos elogios, pessoas falando que gostam de mim. Tem comentários ruins também, mas esses eu deleto, porque não valem a pena”, disse. G1

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