Foto: Maiana Belo/G1 Bahia

Muitos baianos viajaram até o Vaticano para acompanhar a cerimônia de canonização de Irmã de Dulce, que será realizada no domingo (13). A “romaria” foi tanta, que foi difícil não encontrar um baiano na Praça São Pedro neste sábado (12).

Luiza Santos, da cidade de Eunápolis, no sul da Bahia, conta que assim que ficou sabendo que Irmã Dulce seria canonizada, procurou detalhes sobre a viagem ao Vaticano.

“Estar aqui é um ato de fé. É um incentivo ter uma santa brasileira e baiana que sempre fez o bem, sempre foi a favor da vida. Não a conheci, mas estou tendo o prazer de participar da canonização”, contou.

A soteropolitana Kátia Gomes ficou bastante emocionada ao falar de Irmã Dulce e relembrou o momento em que conheceu a freira.

“Quando entrei nessa praça [São Pedro], comecei a chorar. Conheci Irmã Dulce quando era criança. Meu pai era médico e doava remédios para ela. Ele me pegava na escola e depois passava lá nas Obras Sociais junto comigo para entregar os remédios a ela”, relembrou.

Hoje, Kátia trabalha nas Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). Como pedagoga hospitalar, ela faz atendimento a crianças e jovens da Osid, mas já avisou que, no dia 20 de outubro, o plantão vai ser como voluntária na cerimônia para Irmã Dulce na Arena Fonte Nova, em Salvador.

“Eu vou ser voluntária na parte das lojinhas. Amar e servir: esse é o nosso lema”, contou.

Outra baiana que conheceu Irmã Dulce e marca presença no Vaticano é a empresária e cabeleireira Nalva Silva. Aos 65 anos, ela relembra que conheceu a freira baiana quando tinha 18.

“Um funcionário lá da roça [propriedade rural da família], em Gandu, precisava de uma cirurgia de apendicite. Ele fez a cirurgia lá no hospital [das Obras Sociais Irmã Dulce] e não pagou nada. Conheci Irmã Dulce nessa época, no hospital. Eu e minha família ficamos espantados pelo tratamento de graça. Algum tempo depois, meu marido passou a ajudar as Obras”, revela.

Nalva faz perucas para pessoas com câncer e doa para o Hospital Santo Antônio, que faz parte da Osid.

“É bom que a gente aproveite o exemplo de Irmã Dulce e retribua o bem que fazem para nós”, concluiu.

Quem não é da Bahia também está contando as horas para o evento de canonização. O guia de turismo paulista, Márcio Daga, conta que a agência onde trabalha já havia marcado o roteiro da viagem e que Roma já estava no roteiro, mas que ele não sabia da canonização.

“Nada é coincidência, tudo é providência. Todos os lugares que a gente vai temos encontrado brasileiros, e é uma alegria ter a primeira santa nascida em solo brasileiro”, contou.

A freira paraibana Sueli Germano, que mora em Roma há quatro anos, disse que a canonização de Irmã Dulce é muito importante para os cristãos brasileiros.

“É uma forma da gente trazer mais à tona que no Brasil também tem santo. É uma forma muito bonita do papa reconhecer essa santidade na vida das pessoas e reconhecer isso nesse período sinodal [Sínodo da Amazônia] é o sinal dos tempos. Quando a gente pensa em um síndico que fala da vida, da realidade mais gritante do mundo, a gente insere nesse cenário um mulher que lutou diante se um cenário social gritante de Salvador. É importante colocar para o mundo o grito da realidade dos necessitados”, disse a freira.