Em reunião com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), integrantes da bancada evangélica indicaram o nome do deputado Marco Feliciano (Podemos) para comandar o Ministério da Cidadania. A pasta, que deve ser criada por Jair Bolsonaro, abrange Direitos Humanos, Cultura, Esportes e Desenvolvimento Social. O grupo esteve reunido com o presidente eleito Jair Bolsonaro nesta última terça-feira (27).

 

Pastor da Catedral do Avivamento, uma igreja ligada à Assembleia de Deus, Feliciano já foi acusado de estupro pela jornalista Patrícia Lelis, que frequentava a mesma igreja do deputado. O chefe de gabinete do deputado federal, Talma Bauer, chegou a ser preso por sequestrar a jovem e forçá-la a gravar vídeos defendendo o deputado, para desmentir a denúncia.

 

Marco Feliciano é também conhecido por declarações racistas, homofóbicas e misóginas. Ele chegou a ser processado pelo cantor Caetano Veloso por injúria e difamação por conta de postagens ofensivas que publicou nas redes sociais. Na semana passada, os evangélicos vetaram o nome de Mozart Neves Ramos para o Ministério da Educação. A informação é da jornalista Daniela Lima, da coluna Painel do jornal Folha de São Paulo.

 

A bancada disse a aliados de Jair Bolsonaro que o diretor do Instituto Ayrton Senna era contra o Escola sem Partido, plataforma defendida pelo presidente eleito e pelos religiosos. A bancada evangélica e a delegação de Bolsonaro se encontraram na tarde de terça-feira (27), por aproximadamente uma hora, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde funciona o governo de transição.

 

O presidente eleito pediu à bancada evangélica no Congresso para indicar o titular do futuro Ministério da Cidadania e deu apenas um aviso: o indicado não pode responder a acusações criminais. “Não queremos réu”, afirmou. Um dos programas mais cobiçados do novo ministério é o Bolsa Família, criado pelo governo Lula e que beneficia mais de 13,5 milhões de famílias.

 

Fiel a um hábito recentemente iniciado pelo senador Magno Malta (PR-ES), também evangélico, a reunião no CCBB também contou com um momento de oração, com a palavra do deputado reeleito Pastor Eurico (Patriota-PE), um dos principais líderes da frente evangélica.