Uma declaração do presidente estadual do PR, o deputado federal José Carlos Araújo, fez surgir rumores, ontem, sobre se a base do governador Rui Costa (PT) se manterá firme após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região manter a condenação do ex-presidente Lula e ampliar a pena do petista de nove anos e seis meses para 12 anos.

 

Em entrevista ao site Bahia Notícias, José Carlos Araújo disse que o seu partido “sem dúvida” levará em conta as implicações do julgamento de Lula. “O PR está no aguardo dos acontecimentos”, afirmou. Aliado mais próximo do governador, o senador Otto Alencar (PSD), no entanto, foi taxativo e garantiu a permanência do seu grupo ao lado de Rui Costa.

 

“Não muda nada. Tenho uma relação muito boa, inabalável com o governador Rui”, afirmou. O secretário estadual de Relações Institucionais, Josias Gomes, avaliou que os aliados do chefe do Palácio de Ondina farão uma análise mais serena sobre o cenário político baiano após o esfriamento do julgamento. “No calor das decisões qualquer opinião é fruto desse momento. Quando as coisas baixarem, a análise será mais ponderada”.

 

Essa foi a aposta de de Josias Gomes em entrevista ao Metro1. O presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação, também minimizou a declaração de José Carlos Araújo. “Os partidos que quiserem nos acompanhar serão sempre bem vindos. Cabe ao PR analisar e definir o que eles querem para a Bahia e para o Brasil”, pontuou.

 

Desde o ano passado, o PR ameaça deixar a base do governador Rui Costa e ingressar no grupo do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Nesta semana, José Carlos Araújo chegou a derramar elogios ao democrata, em entrevista exclusiva à Tribuna.

 

“Jovem, idealista, tem trabalhado e feito uma boa administração. Acredito, aliás, que ele talvez seja a joia na coroa do DEM. O DEM quer que ele seja candidato para favorecer o partido, tanto na Bahia, quanto no Brasil. É natural que o partido queira isso”, afirmou. Ainda no Partido Progressista, o deputado federal Ronaldo Carletto pode, inclusive, deixar a sua legenda, se filiar ao PR e depois integrar a chapa do chefe do Palácio Thomé de Souza.