O presidente Jair Bolsonaro estuda nomes para substituir o general Eduardo Pazuello no comando do Ministério da Saúde. Interino, Pazuello está no cargo 59 dias. Nesta quarta-feira (15), a pasta completa dois meses sem ministro titular, em plena pandemia do novo coronavírus. De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, o general pode voltar a ser o 02 do ministério, posto que ocupava na gestão de Nelson Teich.

Ainda não se sabe quais opções estão no radar de Bolsonaro e de seu entorno para a Saúde. Desde o início da pandemia, o Brasil teve duas baixas na titularidade do ministério. A primeira foi a do ortopedista e ex-deputado federal Luiz Henrique Mandetta, demitido por Bolsonaro após embates sobre as políticas que o governo federal deveria adotar no combate ao coronavírus.

A outra foi a do oncologista Nelson Teich, que se demitiu também por desentendimentos com o presidente, principalmente sobre as medidas de isolamento social e o uso da cloroquina no tratamento da doença. Ao assumir o ministério interinamente, Pazuello demarcou diferença dos antecessores e se alinhou a uma posição cara ao governo: a aplicação da cloroquina em pacientes com Covid-19. Sua passagem pela pasta ainda foi marcada por outro episódio que deixou mais evidente a disposição do governo federal em contrariar políticas internacionais de combate à pandemia baseadas em critérios científicos e na transparência de dados sobre a doença.

Sob a batuta de Pazuello, o Ministério da Saúde passou a atrasar a divulgação de boletins sobre a pandemia, além de ocultar informações sobre a quantidade total de casos e de óbitos acumulados do coronavírus. A medida levou veículos de imprensa – G1, O Globo, Extra, Estadão, Folha e UOL – a criarem um consórcio para levantar dados diários sobre a pandemia junto às secretarias estaduais de Saúde. A União só voltou a divulgar as informações completas após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).