Foto: Marcos Corrêa/PR

Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta terça-feira (30), que não existem documentos que possam comprovar como se deu a morte do pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, durante a ditadura militar. Na segunda-feira (29), o presidente disse saber como o pai de Cruz desapareceu durante o período ao criticar a atuação do mesmo na investigação do caso de Adélio Bispo, autor do atentado à faca do qual foi alvo.

“Nós queremos desvendar crimes. A questão de 1964, não existem documentos (dizendo) se matou, não matou, isso aí é balela. […] Você quer documento para isso, meu Deus do céu. Documento é quando você casa, você se divorcia. Eles têm documentos dizendo o contrário?”, disse Bolsonaro hoje pela manhã ao deixar o Palácio da Alvorada após se reunir com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).

Jair Bolsonaro ainda completou dizendo seguir a Lei da Anistia: “Você acredita em Comissão da Verdade? Foram sete pessoas indicadas pela Dilma [Rousseff, ex-presidente, que também foi presa durante a ditadura militar]. Não é contestar. Se gastou mais de R$ 5 bilhões, dinheiro público do povo que trabalha para dar para quem nunca trabalhou. Você acha justo que a gente tem que continuar? Eu não pretendo mexer no passado, eu pretendo respeitar a Lei da Anistia de 79”, disse.

Felipe é filho de Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, líder estudantil que participou da Juventude Universitária Católica (JUC), movimento da Igreja reconhecido pela hierarquia eclesiástica, e que depois integrou a Ação Popular (AP), organização de esquerda contrária ao regime. Fernando desapareceu em um encontro que teria no Rio de Janeiro, em 1974, com um colega militante, Eduardo Collier Filho, da mesma organização. Destak Jornal