Agência Brasil

A despeito do avanço no desenvolvimento de diversos tipos de vacina contra a covid-19 e dos riscos de uma segunda onda da doença atingir o Brasil, o governo Jair Bolsonaro está resistindo a cumprir uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) e entregar um planejamento detalhado para a imunização da população. A determinação do órgão de controle foi aprovada pelo plenário no dia 12 de agosto, mas a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu e até agora não há indicação de que o plano sequer exista e, muito menos, de que será apresentado.

Não é a primeira vez que a AGU atua para postergar o compartilhamento de informações com o tribunal. Em junho, apresentou recurso contra um pedido para que o governo divulgasse as atas das reuniões do Centro de Coordenação de Operações do Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da covid-19. Cresce a preocupação entre especialistas e técnicos do governo sobre como o país deve se preparar e agir assim que os primeiros lotes da vacina estiverem disponíveis.

Pouco se sabe, por exemplo, como se dará a distribuição para Estados e municípios, se haverá agulhas e seringas suficientes e quantas salas de vacinação possuem os equipamentos necessários para o correto armazenamento das doses. Enquanto outros países já discutem se o ideal é vacinar primeiro os idosos ou os jovens, que poderiam acelerar a retomada da atividade econômica, no Brasil não se sabe ainda qual parcela da população será tratada com prioridade – além dos profissionais de saúde.