O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) criticou nesta última segunda-feira (5), uma questão da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano que tratava do “dialeto secreto” utilizado por gays e travestis e disse que sua gestão no Ministério da Educação “não tratará de assuntos dessa forma”. Neste último domingo, cerca de 4,1 milhões de candidatos prestaram o exame em todo o país.

 

“Uma questão de prova que entra na dialética, na linguagem secreta de travesti, não tem nada a ver, não mede conhecimento nenhum. A não ser obrigar para que no futuro a garotada se interesse mais por esse assunto. Temos que fazer com que o Enem cobre conhecimentos úteis”, disse em entrevista ao apresentador José Luiz Datena no Brasil Urgente, da Band.

 

Jair Bolsonaro negou que pretenda acabar com o exame, mas disse que seu governo não vai “ficar divagando sobre questões menores”. “Ninguém quer acabar com o Enem, mas tem que cobrar ali o que realmente tem a ver com a história e cultura do Brasil, não com uma questão específica LGBT. Parece que há uma supervalorização de quem nasceu assim”, afirmou. A questão à qual Jair Bolsonaro se refere está no caderno de linguagens.

 

Nela, o teste mostrou um texto sobre “pajubá, o dialeto secreto dos gays e travestis” e questionava o candidato quanto aos motivos que faziam a linguagem se caracterizar como “elemento de patrimônio linguístico”. O UOL entrou em contato com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) para repercutir as críticas feitas pelo presidente eleito. A entidade, no entanto, informou que não se pronunciará a respeito do assunto.