Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro decidiu dar um tempo para o ministro da Economia, Paulo Guedes, testar a aceitação no Congresso Nacional da criação de um novo imposto sobre pagamentos eletrônicos. Mas, segundo auxiliares, Bolsonaro não vai fazer uma defesa pública do novo tributo. Sabe que é impopular defender a bandeira do aumento da carga tributária.

“Se colar, colou. Mas o presidente não vai ficar levantando a bandeira da volta da CPMF ou algo do gênero. Ele tem instinto político”, disse ao blog um auxiliar do presidente da República. A proposta de criar um novo tributo é capitaneada pelo ministro da Economia e já tinha recebido apoio do setor industrial.

Mas no próprio Planalto, a avaliação é a de que a chance de passar no Congresso é mínima. Parlamentares criticam o novo imposto por considerá-lo semelhante à antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

A equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro estuda enviar ao Congresso uma proposta de criação de um novo imposto sobre pagamentos eletrônicos, com alíquota de 0,2%. Segundo Guedes, a intenção é ampliar a base de cobrança, ou seja, a variedade de itens sobre a qual o imposto incide.

Com isso, diz o ministro, seria possível reduzir a cobrança sobre outras bases, como a folha de pagamentos. Na quinta-feira (30), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, chamou de “jeitinho” a criação de um novo imposto para bancar a desoneração das folhas de pagamento das empresas. Por Gerson Camarotti