O presidente eleito Jair Bolsonaro desautorizou “quaisquer informações junto à imprensa por qualquer grupo intitulado 'equipe de Bolsonaro' especulando sobre os mais variados assuntos, tais como CPMF, previdência, etc”. O comentário foi feito após reportagem do Globo nesta sexta-feira mostrar que a equipe econômica do presidente eleito quer usar um imposto sobre movimentação financeira para custear a Previdência.

 

Durante a campanha, a menção à volta da contribuição já havia gerado crise entre o futuro ministro da economia, Paulo Guedes, e o então candidato Bolsonaro. O economista Marcos Cintra, responsável pela área tributária na equipe de Paulo Guedes, confirmou que o modelo do novo tributo seria semelhante ao da extinta CPMF – Contribuição sobre Movimentação Financeira.

 

O tributo incidiria sobre todas as operações, como saques e transações bancárias, com uma alíquota de 0,4% a 0,45% em cada operação. A estimativa é que seria possível arrecadar ao menos R$ 275 bilhões por ano. A ideia de tributar movimentações financeiras foi revelada pelo jornal Folha ainda no 1º turno e causou uma crise na campanha de Bolsonaro, devido à impopularidade da CPMF, o “imposto sobre o cheque” segundo O Globo.

 

Na ocasião, o então candidato negou a criação de impostos. Depois desse episódio, Paulo Guedes cancelou encontros durante a campanha e não falou mais sobre o assunto. Desde então, é a primeira vez desde as eleições que um integrante da equipe de Bolsonaro confirma que a ideia está na mesa e detalha suas condições.