Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro decidiu, por ora, desistir de entrar no Senado com um pedido de impeachment no Senado Federal contra o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro vinha sendo aconselhado por assessores a voltar atrás na ideia do impeachment de Barroso, a fim de evitar elevar ainda mais a temperatura da crise institucional entre Executivo e Judiciário.

Depois de entrar com o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, também do STF, na última sexta-feira (20), Bolsonaro afirmou em entrevista que estava preparando também o pedido de Barroso. O ministro, além de integrar o STF, é presidente do TSE.

Agora, Bolsonaro, depois de ouvir ponderações de ministros palacianos como Ciro Nogueira (Casa Civil) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo), informou à sua equipe mais próxima que desistiu do segundo pedido.

A informação foi publicada pelo colunista de “O Globo” Lauro Jardim. O blog também ouviu a mesma informação de dois interlocutores do presidente da República.

Um deles alertou, porém, que Bolsonaro sempre pode mudar de ideia, mas que essa seria a disposição neste momento, para evitar maior tensão entre poderes em Brasília.

Diante da crise institucional, voltou a ser discutida em Brasília a realização de uma reunião entre os chefes dos três poderes. A reunião chegou a ser planejada, mas foi cancelada pelo presidente do STF, Luiz Fux, depois que o presidente Bolsonaro subiu o tom dos ataques ao Judiciário.

Em conversas com outros chefes de poderes, Fux avaliou que, neste momento, não há clima para o encontro. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), concorda com a posição do presidente do STF.

Segundo eles, é preciso que, antes, Bolsonaro dê sinalizações concretas de que está mesmo disposto a se reunir com outros chefes de Poderes e negociar uma trégua. A desistência do pedido de impeachment contra Barroso seria o primeiro passo. Por Valdo Cruz/G1