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Mais uma vez o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou os impactos do novo coronavírus (Covid-16), doença contagiosa que já atinge 1.128 pessoas no País e matou 18 (15 em São Paulo e três no Rio de Janeiro).

Em entrevista à CNN Brasil no sábado (21), ele também criticou o governador de SP, João Doria (PSDB), chamando-o de “lunático”, que estaria aproveitando a crise para atacar o presidente.

“É um governador que nega ter usado o meu nome para se eleger governador, então eu lamento essa posição política dele, está se aproveitando deste momento para querer crescer politicamente”, disse.

O crítica de Bolsonaro é referente a decisão de declarar estado de quarentena por 15 dias em São Paulo como medida de combate à pandemia, com o fechamento obrigatório de comércios, bares e restaurantes a partir da próxima terça-feira (24).

Durante a entrevista, o presidente também criticou o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), com quem trocou farpas recentemente. Na análise do chefe do Palácio do Planalto, as medidas dos gestores estão sendo tomadas com pensando nas próximas eleições para presidente.

Enquanto Bolsonaro defende que a atividade econômica não deve ser interrompida mesmo diante de um grande risco de contágio, os governadores têm anunciado medidas de prevenção, como a interrupção de serviços não essenciais.

“Esses governadores, poucos, que me criticam o tempo todo, dizem que não tenho liderança. Digo a esses governadores: as eleições de 2022 estão muito longe ainda para vocês partirem para esse tipo de ataque, para esse tipo de comportamento de desgaste infundado em cima do chefe do Executivo federal”, afirmou Bolsonaro.

A postura do presidente havia sido alvo de lamento de Doria, também no sábado. “Muito triste que não tenhamos no país uma liderança em condições de orientar os brasileiros, acalmar os brasileiros, tomar atitudes corretas, liderar sua equipe de trabalho para tomada tomada de decisões corretas e que atendam a expectativa da população”, disse Doria.

“Na ausência dessa liderança, nós em São Paulo, outros governadores em seus respectivos estados, prefeitos e prefeitas nos municípios, estão cumprindo sua obrigação fazendo o que deve ser feito e aquilo que o presidente Bolsonaro não consegue fazer”, acrescentou o tucano.

Mandetta – Também à CNN Brasil, o presidente Jair Bolsonaro declarou que ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, exagerou nas medidas para conter o avanço do coronavírus no país.

“Num primeiro momento eu estava achando que ele [Mandetta] estava exagerando, tá certo? Tanto é que ele foi bastante questionado ontem [sexta-feira] quando falou uma palavra que não era adequada para aquele momento, falou colapso, e ele explicou perfeitamente. É isso apenas que tenho conversado com ele, acertando ponteiros em algumas coisas”.

Mandeta tem sido cobrado por Bolsonaro para que adote um discurso mais afinado ao do Palácio do Planalto no combate à pandemia. Para ele, o tom adotado pela saúde tem gerado histeria.

Bolsonaro, que já se referiu à dimensão da doença como “fantasia”, dizendo haver “histeria” da população, tentou reagir nos últimos dias, após perder apoio inclusive entre alas conservadoras. Com informações da Folha de S.Paulo.