Agência Brasil

No sábado (9), em seu discurso em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo – sua segunda aparição pública após deixar a prisão em Curitiba – o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo ao povo brasileiro: lutar contra os ataques do governo Bolsonaro.

“É uma questão de honra a gente recuperar esse país. A gente tem que seguir o exemplo do povo do Chile, do povo da Bolívia. A gente tem que resistir. Não é resistir. Na verdade, é lutar, é atacar e não apenas se defender”, disse Lula, em referência aos protestos no Chile no mês de outubro que quase levaram à renúncia do presidente neoliberal Sebastián Piñera, e também à resistência do povo boliviano contra o Golpe que derrubou o presidente Evo Morales.

Os bolsonários, entretanto, não gostaram muito do discurso… O repórter Daniel Weterman, do Estadão, informou na tarde desta segunda-feira 11/XI que o senador Major Olímpio, do PSL de São Paulo, entrou com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR), na qual exige a prisão preventiva de Lula com base na Lei de Segurança Nacional!

Segundo o senador-major, Lula é culpado por “incitar a subversão da ordem pública”! O próprio presidente Jair Bolsonaro também abordou a possibilidade em entrevista ao portal O Antagonista:

“Temos uma Lei de Segurança Nacional que está aí para ser usada. Alguns acham que os pronunciamentos, as falas desse elemento, que por ora está solto, infringem a lei. Agora, nós acionaremos a Justiça quando tivermos mais do que certeza de que ele está nesse discurso para atingir os seus objetivos”, disse Bolsonaro.

Vale lembrar que o próprio Jair Messias ameaçou usar tropas contra o povo brasileiro, caso protestos contra o seu governo se tornem tão grandes quanto as manifestações do Chile.

No último dia (29), um outro Bolsonaro, o Eduardo, disse que “a história vai se repetir” se acontecerem grandes protestos no Brasil – insinuando um aumento da repressão, como na década de 1960. Poucos dias depois, Eduardo Bolsonaro também falou sobre a possibilidade de “um novo AI-5” caso a esquerda “se radicalize”. Conversa Afiada