Foto: Marcos Corrêa/PR

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) disseram ao blog que “lamentavelmente” informações reservadas foram passadas ao presidente Jair Bolsonaro para “uso político” contra as urnas eletrônicas. Isso mostra que Bolsonaro não recuou na sua estratégia de atacar o sistema de votação sem provas e sem fundamentos reais.

Na semana passada, em sua transmissão ao vivo, Bolsonaro disse que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estava evitando responder perguntas feitas pelo Exército que apontariam “vulnerabilidades” nas urnas eletrônicas. A nova investida presidencial vem depois de Bolsonaro ter prometido até a aliados que não atacaria mais o sistema de votação brasileiro.

Em entrevista ao jornal “O Globo”, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, disse que as perguntas encaminhadas pelo Exército são técnicas, sobre o funcionamento do sistema, e não apontam nenhuma “vulnerabilidade”.

O TSE deve encaminhar as respostas nos próximos dias. Os técnicos do tribunal explicam que os esclarecimentos não haviam sido encaminhados ainda porque foram os questionamentos foram protocolados no final de dezembro, pouco antes do recesso do Judiciário. As respostas serão enviadas para a Comissão de Transparência Eleitoral, da qual faz parte um representante do Exército.

O acordo dentro da comissão era que todas as informações discutidas e analisadas ficariam sob reserva. Esse entendimento, porém, acabou sendo quebrado depois que o presidente foi informado da suposta “demora” das respostas do tribunal. Bolsonaro usou essa informação para espalhar a falsa tese da “vulnerabilidade” do sistema. Só que o questionamento do Exército nem mesmo inclui pergunta sobre “vulnerabilidade”. Por Valdo Cruz/G1