Foto: Isac Nóbrega/PR

O último 1º de maio, feriado que celebra o Dia do Trabalho, foi marcado por manifestações de duas vertentes:

  • centrais sindicais organizaram atos marcados por apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e críticas ao governo Jair Bolsonaro (PL);
  • e apoiadores do presidente se colocaram em defesa do mandatário e de militares – também voltaram a pedir “voto impresso” e a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF).

As manifestações, segundo a avaliação do analista político Thomas Traumann, têm pautas “incomparáveis”, mas ditam um clima de “amistosos antes do campeonato”.

Nas últimas semanas, tanto Lula que é pré-candidato de seu partido nas eleições de outubro, quanto Bolsonaro têm se dedicado a falar às respectivas bases eleitorais. Mas o atual presidente estaria mais disposto a investir em uma polarização, tomando como estratégia o desgaste do eleitor de centro que “se sente órfão” de representação política.

“Isso é uma tática que Trump também tentou nos Estados Unidos: tornar a eleição uma coisa tão insuportável que as pessoas não queiram mais saber de política. A tática que Bolsonaro vai tentar nos próximos meses é de radicalizar o discurso”, explica o analista político. “E aí o eleitor de centro pode decidir não votar, ou sair fora da disputa.”