Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro exaltou, mais uma vez, ditadores que governaram o Brasil no período militar. Em conversa com a imprensa na saída da residência oficial do Palácio do Alvorada, ele chamou o coronel Brilhante Ustra, chefe do DOI-Codi, de “herói nacional”. Ele já havia homenageado Ustra em 2017, enquanto era deputado federal, na votação do impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Na época, citou o nome de Ustra e disse que era o terror de Dilma.

Ustra morreu em 2015, aos 83 anos. Ele era chefe do DOI-Codi, órgão de repressão política no período do governo militar. Segundo dados oficiais, entre 29 de setembro de 1970 a 23 de janeiro de 1974, período em que o coronel esteve à frente do DOI-Codi, foram registradas ao menos 45 mortes e desaparecimentos forçados, de acordo com relatório elaborado pela Comissão Nacional da Verdade.

“Tem um coração enorme. Eu sou apaixonado por ela. Não tive muito contato, mas tive alguns contatos com o marido dela enquanto estava vivo. Um herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer”, disse o presidente, nesta quinta (8), se referindo à viúva do Coronel, Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra.

Ustra também foi o primeiro militar brasileiro a responder por um processo de tortura durante a ditadura. Em outubro de 2008, o juiz Gustavo Santini Teodoro, da 23ª Vara Cível central, em São Paulo, julgou procedente o pedido dos autores da ação, que buscava que a Justiça apontasse Ustra como responsável por crimes de tortura. G1