O dia de Natal foi diferente para os 21 bombeiros militares enviados da Paraíba à Bahia no último dia 25. Os profissionais retornaram nesta terça-feira (4) pela manhã. Destinados a prestar ajuda humanitária, agentes de salvamento de diferentes funções deram suporte às famílias vítimas do impacto da chuva.

Mais de 190 cidades e quase 800 mil pessoas foram afetadas pelas enchentes no sul da Bahia. Ao todo, 26 pessoas morreram e 520 ficaram feridas. Em alguns casos, moradores ficaram isolados por 48h após temporais. Já são mais de 100 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas.

Um dos militares paraibanos enviados ao estado que divide Nordeste e Sudeste foi o capitão Igor Lacerda. Com 13 anos de experiência no Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba, o mergulhador de resgate atuou como subcomandante na missão humanitária e contou que a experiência foi única.

“Chegamos no olho do furacão, as cidades estavam completamente destruídas. Até o deslocamento era difícil, tivemos que esperar a chuva parar pra poder ter acesso a populações que estavam ilhadas”, contou o capitão.

A chuva afetou rodovias que cortam o estado. Ao todo, 60 trechos foram afetados pelos temporais, segundo a Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra).

A equipe paraibana enviada tinha profissionais especializados em salvamento aquático e terrestre, além de agentes com experiência em lidar com desastres naturais. Apesar disso, o capitão Lacerda afirma que o cenário que encontrou lá foi diferente de tudo que já tinha feito.

“Eu e mais treze companheiros fomos enviados à cidade de Dário Meira, uma das mais afetadas. Tivemos que ir de helicóptero. Precisavam de tudo lá, além de salvamento a gente distribuiu cesta básica, água. Tudo”, desabafa.

Capitão Lacerda é pai de dois filhos, um deles fez aniversário durante sua estadia na Bahia. Apesar da saudade, para ele o sentimento de ajudar famílias fragilizadas pelo desastre natural foi algo gratificante para trajetória enquanto agente de salvamento.

“Não tive medo, trabalhei de forma técnica. Foi uma experiência única, um misto de sensações. Sou grato pois pude lidar com a parte humanitária do meu trabalho, por poder ajudar”, conclui o mergulhador. G1