Foto Victor Moriyama ISA

O Brasil será denunciado na Organização das nações Unidas (ONU) pelo elevado risco de genocídio de povos indígenas isolados e pelo desmonte de sua estrutura estatal para combater o desmatamento. Um levantamento feito pelo Instituto Socioambiental (ISA) e pela Comissão Arns comprovou que desmatamento e invasões dispararam no último ano em territórios da Amazônia habitados por indígenas isolados, considerados como os mais vulneráveis a doenças e à perda da floresta. 

A denúncia será feita ao órgão internacional pelas duas entidades. As representações solicitará às Nações Unidas que exijam do Brasil ações concretas para reverter o quadro. A audiência será realizada em Genebra, na Suiça, e contará com a presença do líder indígena Davi Kopenawa Yanomami. 

Dados do ISA mostram que, em 2019, a derrubada da floresta nesses territórios superou a taxa média de perda de cobertura florestal. O desmatamento nesses locais cresceu 113%. No total de todas as Terras Indígenas, o aumento foi de 80%. Os dados do desmatamento se baseiam no Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), segundo o UOL.

A atual posição do governo brasileiro é de recusa ao conceito de genocídio. Para Brasília, não se pode usar esse termo, diante de uma realidade que aponta, supostamente, para um aumento na população indígena no Brasil.