© Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Brasil possui 24,3 milhões de endereços sem número, indicam dados do Censo de 2022 divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta última sexta-feira (14). Ao todo, o país tem 107 milhões de endereços oficiais no Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE).

Brasília é a cidade com a maior quantidade absoluta de endereços sem numeração (1,2 milhão), porque o Distrito Federal possui um padrão de endereçamento específico, que geralmente não utiliza o campo número. Na sequência está Goiânia (526 mil) e Rio de Janeiro (280 mil).

Há também 2,7 milhões de endereços em ruas, estradas, travessas e rodovias sem nome. Entre os que têm denominação, o termo mais comum é “Principal”, com 226.289 repetições pelo país; “Santo Antônio” em segundo, com 219.377; e “São José”, com 219.139.

Para Gustavo Cayres, analista do CNEFE, a pessoa que mora em uma via sem nome enfrenta uma série de dificuldades, como não conseguir apresentar seu endereço para receber encomendas ou em uma entrevista de emprego.

“Estamos falando de uma provável informalidade, mas isso se relaciona bastante com o poder público municipal que é quem atribui o nome das ruas, os números dos domicílios. Isso acontece em área urbanas em que há ocupação recente e informal”, afirma. “A pessoa chamar o Samu para o lugar onde mora se torna mais difícil”, exemplifica.

111 milhões de endereços

Ao todo, o Brasil possui 111 milhões de endereços únicos espalhados pelos 5.570 municípios – a atribuição de endereços é função das cidades, por meio do poder municipal (prefeituras).

Os dados fazem parte do o CNEFE (Cadastro Nacional de Endereços Para Fins Estatísticos), que desde 2005 mapeia os endereços brasileiros.

O país possui:

  • 72 milhões de ruas
  • 10,7 milhões de avenidas
  • 7 milhões de estradas
  • 3 milhões de travessas
  • 1,6 milhões de rodovias

De acordo com o IBGE, a função do cadastro é dar suporte às ações do Instituto, como pesquisas censitárias e coleta de dados, e padroniza os registros dos endereços.

O governo federal repassou informações do CNEFE para estados em que houve tragédias (como em Brumadinho (MG), em 2019, e no Rio Grande do Sul, em 2024) para apoiar a Defesa Civil em situações de emergência.

Grandes condomínios são a maioria

A pesquisa mapeou os lares que ficam dentro de condomínios e qual o tamanho dessas estruturas. A maioria é composta por empreendimentos com mais de 100 unidades, veja a lista abaixo:

  • 4.757.950 condomínios acima de 100 unidades;
  • 3.640.694 com 6 a 20 unidades;
  • 2.733.592 com 21 a 50 unidades;
  • 2.153.229 com 51 a 100 unidades.

Na pesquisa, o IBGE elencou os complementos que mais aparecem nos endereços, com “casa” liderando (14,7 milhões) e “apartamento” em 2º (com 13,5 milhões). Bloco (5,2 milhões), lote (4 milhões) e quadra (3,9 milhões) completam a lista. G1