Simone Barreto, uma das vítimas do atentado terrorista na Basílica de Notre-Dame de Nice, na França, será enterrada no mesmo país onde ocorreu o atentado. A informação é de amigos, familiares e do governo da Bahia. Não há detalhes sobre data, nem se ela será sepultada em Nice, mas o enterro ocorrerá na França.

Neste sábado (31), amigos e familiares realizaram um ato em homenagem a ela. Com bandeiras do Brasil e flores nas mães, eles fizeram uma caminhada silenciosa pelas ruas de Nice. O grupo ainda cantou o Hino Nacional do Brasil e fizeram orações em frente a Basílica de Notre-Dame de Nice.

Natural de Salvador, Simone morava na França desde 1995. Ela tinha nacionalidade francesa, formação de cozinheira, e atualmente trabalhava também como cuidadora de idosos.

Simone deixou o Brasil aos 19 anos para participar de um grupo de dança dirigido por uma das irmãs. Ela deixa três filhos, de 15, 10 e 6 anos. O mais velho é um adolescente, fruto do relacionamento com um francês. Todos os filhos de Simone nasceram na França. Os pais dela já são falecidos.

‘Pediu para que falasse aos filhos que ela os amava’

“Ela foi até o restaurante e chegando lá ela pediu socorro e pediu para que falassem para os filhos dela que ela os amava”. Quem conta as últimas palavras da brasileira Simone Barreto é uma amiga de longas datas.

Ivana Pelmard, que também é brasileira e mora no país europeu, conhecia Simone há 25 anos. Ela disse ainda que, além das palavras carinhosas aos três filhos, a amiga também contribuiu para que mais pessoas não fossem vítimas do atentado.

“Ela saiu correndo da igreja, pedindo socorro. Justamente essa ação dela foi o que possibilitou os policiais pegarem o criminoso”. As duas amigas se conheceram em 1995, quando foram para a França para trabalhar em um grupo de dança onde a irmã de Simone fazia direção de arte. Ivana conta que a principal marca de Simone era o bom humor.

“Nós nos conhecemos em 1995. Nós íamos juntas para Nice, não para Paris, para trabalhar como dançarinas no grupo onde a irmã dela é diretora artística. Eu não lembro de já ter visto Simone triste, Simone emburrada, mau humorada. [Ela estava] Sempre alegre, sempre sorridente, sempre brincalhona, muito brincalhona. E de bem com a vida, sempre de bem com a vida”.

“Ela passava por cima de todos os problemas com um sorriso, com as brincadeiras, porque ela era muito brincalhona”. Ivana pediu justiça pela morte de Simone, para que ela não seja mais uma vítima esquecida de um atentado terrorista.

“Que não fique em vão, que não seja mais uma vítima de um atentado. Hoje foi Simone, uma brasileira, baiana, mãe, filha, irmã, amiga. Mas amanhã pode ser Joana, Beltrana. Então que não fique assim. Vamos acabar com isso. Acho que já está na hora, já chega. Já chega de tanta gente inocente morrer por uma causa que dizem que é em nome de Deus. Porque não é em nome de Deus”, disse. G1