O ex-governador Sérgio Cabral admitiu pela primeira vez ter comprado, por US$ 2 milhões, votos que garantiram a escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016. Em depoimento nesta quinta-feira (4), ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, Cabral disse que o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, indicou o presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), Lamine Diack, como intermediário do esquema.

O interrogatório foi um pedido da defesa do ex-governador, que pretende colaborar com as investigações da Operação Unfair Play. No processo, Cabral é acusado pelo Ministério Público Federal de envolvimento em um suposto esquema de compra de votos no Comitê Olímpico Internacional (COI).

Os investigadores querem saber se houve fraude na eleição do Rio para receber os Jogos Olímpicos. Além de Cabral e de Nuzman, o ex-diretor do COB Leonardo Gryner e o empresário Arthur Soares Filho, conhecido como Rei Arthur, foram denunciados por corrupção devido à suspeita de compra de votos. As defesas negam. Lamine Diack e o filho dele, Papa, são acusados de intermediar o pagamento de US$ 2 milhões.

Ainda de acordo com Cabral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes não participaram do esquema, mas sabiam dos pagamentos de propina. Em nota, a assessoria de Lula afirmou: “É inverídica e sem provas a referência feita ao ex-presidente Lula pelo ex-governador Sergio Cabral”. Paes disse que não participou de nenhum esquema e que não sabia da compra de votos. G1