Salvador e Camaçari são mais do que cidades vizinhas, juntas elas são “motores” da economia baiana com um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do estado. São mais de R$ 83 bilhões ao ano, um volume de riquezas que supera a produção de dez estados do país. Indústria, comércio e turismo são alguns dos seguimentos que se destacam no crescimento da economia da Bahia.

Camaçari, uma das 12 cidades da região metropolitana de Salvador, abriga um polo industrial que é o maior da Bahia e que é composto por diversas indústrias químicas, petroquímicas e automobilísticas. O polo se estende até Dias D’Ávila, outra cidade da RMS.

Além disso, Camaçari é a maior exportadora da Bahia, com 22% do total da produção no estado. Nesse ranking das vendas para o exterior, os produtos químicos se destacam e só perdem para a soja, na região oeste. Ainda em Camaçari, a cada R$ 10 produzidos de riqueza, R$ 6 vêm de indústrias.

Com relação ao mercado de trabalho, a região metropolitana de Salvador teve quase 11 mil vagas de emprego formal em 2018, no entanto, menos de 300 delas foram na indústria. As outras mais de 10 mil foram em lojas, escolas, consultórios, entre outros. Especialistas pensam no futuro da indústria.

“Desafio para o trabalhador hoje é se qualificar para essa nova realidade. Isso vai acontecer no setor de serviços também. Não vai demorar muito tempo, os caminhões vão estar andando sozinhos pelas estradas para entregar as nossas encomendas. Isso vai ser mais eficiente para a economia e vai demandar não mais um trabalhador atrás de um volante, mas um operador de um sistema de logística”, disse o chefe de divisão da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Emprego

Diversos setores da economia se destacam na Bahia, além do industrial, como é o caso dos serviços e turismo. No setor de serviço estão os estabelecimentos de alimentação, que apresentaram um crescimento expressivo em 10 anos. Segundo os últimos dados do Cadastro Central de Empresas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2006, eram 8,3 mil estabelecimentos formais de alimentação e, em 2016, passaram a ser 11,5 mil.

O aumento no número de estabelecimentos refletiu nas oportunidades de emprego, já que a Bahia passou a ter mais de três mil potenciais empregadores. Entre as pessoas que conseguiram um trabalho na área de alimentos, está o auxiliar de cozinha Washington Paixão dos Santos.

“Eu estava desempregado há quase um ano. Eu, na verdade, iniciei minha vida como operador de telemarketing, trabalhei uma temporada como vigia e fui juntando um pouquinho de dinheiro aqui, um pouquinho ali, para poder me manter enquanto estava fazendo o curso [gastronomia]”, conta.

O restaurante que Washington trabalha fica em Salvador e é bastante procurado por turistas. Com isso, é possível notar que o crescimento no setor dos estabelecimentos impacta, não apenas nas oportunidades de emprego, como também no setor de turismo.

“2018 foi um ano que a gente sentiu ainda uns altos e baixos, mas um ano que parou de piorar e, principalmente, no final, deu uma sinalização de melhora. Recuperação de um momento de crise de uns 10% mais ou menos na venda”, conta o empresário Thomas Vieira, chefe de Washington Paixão.

Em 2018, 15 milhões de turistas visitaram a Bahia, conforme o governo do estado. Só em Salvador, foram 9 milhões, como estimou a prefeitura. Pelo aeroporto da capital baiana, chegaram quase 4 milhões de pessoas no ano passado, 6% a mais do que em 2017. G1