Após o bispo José Francisco Falcão sugerir que tem vontade de matá-lo envenenado, Caetano Veloso pretende interpelar judicialmente o religioso. A informação é da coluna assinada por Guilherme Amado, na revista Época. Durante uma missa realizada na Paróquia Militar de São Miguel Arcanjo, em Brasília, no dia 31 de março, data do golpe militar de 1964, o bispo falava de disciplina e hierarquia, quando mencionou o artista baiano.

“E tem um imbecil que nos anos 70 cantou que é proibido proibir. Gostaria de dar veneno de rato para ele”, disse ele, em referência à canção “Proibido proibir”. Segundo a coluna, Caetano quer que Falcão esclareça, judicialmente, quem é o imbecil e quem ele gostaria de matar com veneno de rato.

Durante uma missa realizada na Paróquia Militar de São Miguel Arcanjo, em Brasília, no dia 31 de março, data do golpe militar de 1964, o bispo José Francisco Falcão fez duras críticas a Caetano Veloso.

De acordo com informações da revista Veja, ao falar da disciplina e hierarquia para uma plateia que incluía três generais e a viúva do coronel Brilhantes Ustra – torturador do regime militar -, o religioso recriminou a canção “É proibido proibir”, do músico baiano. “E tem um imbecil que nos anos 70 cantou que é proibido proibir. Gostaria de dar veneno de rato para ele”, disse o bispo.

Em resposta à repercussão negativa da celebração, vista como uma homenagem à ditadura, a Arquidiocese Militar do Brasil emitiu nota para negar tal afirmação e explicar que a missa ocorreu “em ação de graças pela promoção de oficiais generais do Exército brasileiro”.

A igreja afirmou ainda que “em nenhum momento do transcurso da missa fez-se alusão ao nome de qualquer cantor ou compositor” e que tampouco “ falou-se de ‘ditadura’ ou de ‘golpe’ ou se agradeceu a Deus por outro motivo senão pelos novos promovidos”. Para contextualizar, a arquidiocese explicou que durante a homilia foram comentadas “exclusivamente as leituras litúrgicas”, ao se falar do filho pródigo ao abandonar a casa do Pai, em busca da liberdade sem proibição.

“Aludiu-se ao correto significado de ‘liberdade’, que comporta um conjunto de restrições, portanto de proibições; de fato, dos dez mandamentos da Lei de Deus, seis são proibições. Daí que, na visão cristã, não se pode falar de ‘liberdade’ e, ao mesmo tempo, de ‘proibição à proibição’”, diz a nota, encerrada com a afirmação de que os cristãos procuram pautar sua conduta pela “obediência à Verdade”.