A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio cumpre nesta sexta (14), mandado de busca e apreensão na casa do vereador Marcello Siciliano (PHS), na Tijuca. O vereador, que estaria envolvido em grilagem de terras, é suspeito de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco. Siciliano não estava em casa no momento da chegada dos agentes. Foram aprendidos um tablet, um computador, HD e documentos.

 

Investigações também apontam participação, em menor grau, do ex-PM Orlando Curicica, que está preso na Penitenciária Federal de Mossoró. Em entrevista ao Estado, o general Richard Nunes, secretário da Segurança do Rio, afirma que Marielle foi morta porque milicianos acreditaram que ela poderia atrapalhar os negócios ligados à grilagem de terras na zona oeste.

 

Segundo ele, o crime era planejado desde o ano de 2017. Defensora dos direitos de moradores de favelas, negros, mulheres e LGBT, Marielle levou quatro tiros na cabeça dentro de seu carro em março. Ela e seu motorista saíam de um evento no Estácio, região central, quando foram executados. Foi noticiado que as câmeras de segurança da Prefeitura do ponto exato onde ocorreu o crime haviam sido desligadas, mas não houve esclarecimentos.

 

Quem é Marcello Siciliano
Empresário da área de construção civil, novato na política, pouco conhecido até dos próprios colegas da Câmara e eleito com forte votação na zona oeste, um tradicional reduto das milícias. Esse é Marcello de Moraes Siciliano, de 45 anos. No site da Câmara dos Vereadores, um vídeo apresenta o parlamentar.

 

O vereador conta, sem disfarçar o orgulho, que teria sido indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2010 por suas ações sociais em Vargem Grande e Vargem Pequena, na zona oeste, onde mora há mais de 20 anos. No vídeo, o vereador se apresenta como “pai de família, com cinco filhos e três netos”, informação repetida pelo menos duas outras vezes ontem.

 

Diz que trilhou sua trajetória profissional sozinho, e começou a trabalhar com apenas 15 anos de idade. Aos 17, começou a comprar e vender carros. Depois, conta, migrou para o ramo da construção civil, chegando a ser proprietário de uma empresa. “Comecei a minha vida do nada e me tornei um empresário bem-sucedido”, diz no vídeo. “Faço política para ajudar as pessoas, não preciso disso para viver.”