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A relatora do processo no Conselho de Ética que pode levar à perda do mandato de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), deputada Jack Rocha (PT-ES), entregou ao órgão na quinta-feira (13) o seu plano de trabalho para conduzir a apuração do caso.

No documento, a parlamentar elenca 14 testemunhas — seis pessoas indicadas pela relatora; e oito, pela defesa de Chiquinho Brazão — que poderão ser ouvidas ao longo da fase de produção de provas.

Estão no rol, por exemplo, os delegados da Polícia Federal responsáveis pela investigação contra o deputado e a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), também foi listado. Além das testemunhas, também há previsão de depoimento de Brazão.

O deputado é alvo de um procedimento no Conselho de Ética que pede a sua cassação por suposta quebra de decoro parlamentar, após ter sido apontado — junto do irmão, Domingos Brazão — pela Polícia Federal como mandante da execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes em 2018.

O processo contra o deputado foi aberto em abril. No último mês, o procedimento recebeu aval do colegiado para seguir para a fase de coleta de provas e depoimentos.

Pelas regras, o período de produção de provas poderá durar até 40 dias úteis. Além dos depoimentos, nessa etapa, a relatora pode solicitar documentos. Nesse intervalo de tempo, a relatora também poderá complementar o plano de trabalho e solicitar novas provas.

Depois de terminada a coleta de provas, a relatora terá dez dias úteis para produzir o seu parecer.

No documento, poderá recomendar o arquivamento do processo ou a aplicação de penalidades. Os membros do Conselho de Ética podem aprovar ou rejeitar o parecer.

Se o colegiado aprovar a cassação ou suspensão temporária do mandato, caberá ao plenário principal da Câmara referendar — ou não — a medida.

No plano de trabalho protocolado na quinta, Jack Rocha prevê solicitar à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal o envio:

  • do relatório final do inquérito da PF que apontou Brazão como mandante do assassinato de Marielle
  • e da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Chiquinho Brazão

A relatora também pede que o Conselho de Ética solicite ao Supremo o envio da decisão acerca do recebimento ou não da denúncia da PGR contra Brazão. A Primeira Turma do STF deve analisar a denúncia já na próxima terça-feira (18). Se a acusação for aceita, Chiquinho Brazão será considerado réu e passará a responder em uma ação penal pelos supostos crimes. G1