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O Bahia inaugurou o placar diante do Santos e chegou a abrir a sete pontos de distância da zona de rebaixamento. Mas sofreu a virada para o Peixe já nos acréscimos e saiu da Arena Fonte Nova derrotado por 2×1, na noite desta segunda-feira (18). Um resultado que fez o Z4 se reaproximar. Agora, a vantagem tricolor para o alvinegro – o 17º colocado – é de apenas um ponto.

O jogo começou com o visitante empilhando chances. Aos poucos, o Bahia equilibrou e passou a ter a bola mais no ataque. O anfitrião voltou melhor para o segundo tempo e chegou ao gol com Camilo Cándido. Mas viu Marcos Leonardo empatar e Julio Furch decretar a virada, aos 48 minutos. Após a partida, o técnico Rogério Ceni lamentou o resultado e apontou falhas defensivas da equipe.

“Acho que um começo muito ruim da nossa parte. Começamos o jogo onde éramos para ter o domínio na partida – e foi o Santos que teve as melhores oportunidades nos primeiros 10 minutos de jogo. Depois, se assentou, começou a ficar um jogo bem mais parelho, tivemos nossas oportunidades. Já no segundo tempo, desde o começo, o Bahia melhor, controlando o jogo. Conseguiu fazer seu gol e continuava bem. Aí vieram duas bolas paradas. Nós temos que estar um pouco mais concentrados para não sofrer gols desse tipo”, disse Ceni, em entrevista coletiva.

“Jogo regular, não foi um grande jogo que fizemos, apesar do esforço. Mas, principalmente essa bola parada defensiva, temos que treinar mais. O começo de jogo que, para mim, foi muito abaixo. Depois, o time conseguiu desenvolver bem o que queria, criar boas oportunidades, controlar bem o jogo. Mas, infelizmente, a gente sai daqui derrotado. Era uma grande oportunidade de somar seis pontos e sair de uma situação complicada. A gente retorna para essa situação complicada, e vai ter que trabalhar para enfrentar um adversário difícil, o Flamengo, na próxima rodada”, seguiu.

O treinador também justificou a escolha por Everaldo, um dos jogadores mais criticados pela torcida tricolor. Em 21 jogos no Campeonato Brasileiro, o camisa 9 marcou apenas três gols, e não balança as redes desde o triunfo por 3×1 sobre o América-MG, no dia 6 de agosto. Ainda assim, é visto por Ceni como o melhor centroavante à disposição.

“Minha intenção é que vejo ele como o melhor jogador à disposição do ataque nessa função, de camisa 9. Tentou, batalhou. No momento em que achei que ele cansou, entrou o Vini [Mingotti] no lugar dele, para tentar fazer a proximidade na área, finalizações. Dentro do elenco que foi montado aqui, acho ele um jogador interessante, um jogador importante, por isso foi escolhido para jogar em Curitiba. Apesar de não ter feito gol, participou de muita proteção de bola, ajudou de todas as maneiras possíveis. Temos que dar força para os jogadores que temos. O elenco que foi montado está aqui e precisamos de apoio de todos para eles. São esses jogadores que vão ter a obrigação e a oportunidade de tirar o Bahia dessa situação incômoda até o fim do campeonato”, afirmou.

Ceni ainda comentou sobre a chance de usar Rafael Ratão como um camisa 9, uma possibilidade levantada por ele mesmo em sua chegada ao Bahia. O técnico admitiu que testou a ideia em um treino, mas disse que optou por manter Everaldo no time titular graças à ausência de Rezende. O volante estava suspenso pelo terceiro cartão amarelo.

“Um dos treinos que fiz, utilizei ele [Ratão] como 9. Experimentei ele dessa forma, acho que nesse treino o Biel trabalhou pelo lado esquerdo. O nosso time, quando não joga Rezende, é de estatura baixa. Um time que, se tirar Everaldo – que é um jogador que tanto ataca muito bem a bola quanto na parte defensiva, dos escanteios, defende muito bem -, acaba perdendo em bolas paradas. Hoje, com eles em campo, quando Everaldo sai, eu faço as trocas, é quando o gol acontece. É preciso ter um equilíbrio de altura e força. Biel é muito talentoso, leve, mas, na hora do corpo a corpo, Ratão sustenta melhor. Não podemos fazer um time com biotipo muito leve e que seja atropelado fisicamente no jogo”, explicou Ceni.

“É uma possibilidade? É. Mas ainda acho que Everaldo pode nos ajudar. São mais 14 jogos que temos pela frente. Ou nós apoiamos esses caras ou vamos perder jogadores que podem nos ajudar a sair dessa situação. É esse grupo que está montado até o fim. Entendo as críticas, faz parte. Mas são eles que vão ocupar essa posição, que vão tentar tirar o Bahia dessa situação incômoda. Eu farei o melhor por eles”, completou. O Bahia agora terá uma longa folga no calendário para treinar. O Esquadrão só volta a jogar no dia 30, quando visita o Flamengo no Maracanã, às 16h, pela 25ª rodada da Série A. Correio da Bahia