Agência Brasil

Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada nesta última quarta-feira (6), mostra que, em novembro, 27,45% dos domicílios brasileiros não tiveram renda proveniente do trabalho e 4,32% contaram apenas com o Auxílio Emergencial para financiar suas contas, o que corresponde a cerca de 2,95 milhões de famílias.

Na comparação com outubro, diminuiu em cerca de 300 mil o número de domicílios dependentes exclusivamente da ajuda do governo diante da pandemia do coronavírus. Trata-se de uma queda de aproximadamente 0,44 ponto percentual entre um mês e outro.

O cálculo foi feito pelo Ipea a partir dos microdados da Pnad-Covid, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com apoio do Ministério da Saúde, para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho.

Como nas demais pesquisas, o Ipea destaca que a proporção de domicílios que sobreviveram apenas com o Auxílio Emergencial foi significativamente maior no Nordeste. Destaque para o Piauí, em que essa proporção chegou 10% em novembro.

“A renda domiciliar média, após considerar o AE, ultrapassou em 1% a que seria obtida caso os domicílios houvessem recebido apenas os rendimentos do trabalho habituais. Esse impacto foi maior entre a parcela de renda muito baixa que, após o auxílio, alcançou rendimentos 19% maiores que os usuais”, diz o Ipea.

O instituto afirma, porém, que o aumento na renda domiciliar média provocada pelo auxílio foi R$ 64 menor em novembro, de R$ 229,77, contra R$ 294,69 em outubro. Isso se deve à redução do valor das parcelas.

“Assim, mesmo com o aumento da renda do trabalho efetiva, a renda média total domiciliar caiu 1,76%, alcançando R$ 3.783 no mês. Entre os domicílios de renda muito baixa, a queda foi de 2,8% (de R$ 1.106 para R$ 1.075)”, destaca o Ipea.

Rendimento efetivo correspondeu a 92,8% do habitual

A análise do Ipea apontou que, em novembro, os rendimentos médios da população brasileira corresponderam a 93,7% da renda média habitual. O percentual é menor entre trabalhadores por conta própria, que receberam 85,4% do habitual.

Quem teve menos alteração de ganhos, novamente, foram os servidores do setor público. Aqueles com carteira assinada, contratados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), receberam 98,4%, enquanto servidores informais tiveram 98,9% da renda habitual. Trabalhadores do setor privado sem carteira assinada tiveram 91,6% dos rendimentos usuais. Quem tem carteira assinada, teve 96,9% dos ganhos. G1