Cerca de 4,5 toneladas do óleo que atinge o Nordeste brasileiro foram retiradas de praias em Salvador no sábado (2), segundo informações divulgadas pela Prefeitura. Entre os locais onde foram realizados trabalhos de limpeza estão as praias de Ondina, Amaralina, Corsário, Pituba, Praia do Flamengo, Stella Maris, Paciência e Ipitanga. Elas já haviam sido limpas anteriormente e não tinham registro de aparecimento da substância desde o dia 18 de outubro.

Na última sexta-feira (1°), quando as manchas voltaram a aparecer, foram retirados 1 tonelada e 260 quilos do resíduo. Até quinta-feira (31), a Empresa de Limpeza Urbana do Salvador (Limpurb) havia retirado um pouco mais de 108 toneladas desde o início do aparecimento das manchas na capital baiana. No total, já foram retirados 113 toneladas e 760 quilos.

A Limpurb monitora todas as praias de Salvador, de Ipitanga até São Tomé de Paripe, para fazer as limpezas das localidades. Neste sábado, a Marinha informou que pequenos fragmentos de óleo foram detectados em Abrolhos. Desde o início da semana, quando praias de municípios próximos foram contaminadas, pescadores realizavam uma força-tarefa para impedir que o petróleo chegasse a essa região — berço de baleias-jubarte e de espécies raras de corais.

Um vídeo divulgado pelo Marinha mostra pequenas manchas no mar. Segundo ela, o órgão que fez a a remoção desses fragmentos na Ponta da Baleia, em Caravelas, e na Ilha de Santa Bárbara, em Abrolhos, foi o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA). Ele é formado pela Marinha do Brasil, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Investigação da Polícia Federal

A Polícia Federal deflagrou, na sexta-feira (1º), a Operação Mácula, que investiga um navio de bandeira grega suspeito de ser o responsável pelo derramamento do óleo. Segundo relatório da empresa HE Tecnologias Espaciais, a embarcação, chamada Bouboulina, foi carregada com 1 milhão de barris do petróleo tipo Merey 16 cru no Porto de José, na Venezuela, no dia 15 de julho. Zarpou no dia 18 com destino à Malásia.

Depois, passou a oeste da Paraíba, em 28 de julho. As investigações do governo brasileiro apontam que a primeira mancha no oceano foi registrada no dia seguinte, a 733 km da costa do estado. De acordo com os investigadores, 2,5 mil toneladas de óleo foram derramadas no oceano. A proprietária do navio é a Delta Tankers, fundada em 2006, mesmo ano de fabricação da embarcação. G1