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Mesmo com o fato do Brasil ter um dos maiores bancos de dados de doares de medula óssea do mundo, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que atualmente o país tenha cerca de 850 pessoas em busca de um doador não aparentado compatível para o transplante de medula óssea. O Instituto aponta que as chances de encontrar alguém compatível é pequena, de apenas 1 para 100 mil.

Por isso, no dia internacional do doador de medula óssea, celebrado no terceiro sábado de setembro, a Fundação Hemoba chamou a atenção para a importância de cada vez mais pessoas se interessarem pelo tema e se disponibilizarem para o cadastro. Na Bahia, a Fundação Hemoba é a responsável por fazer o cadastro dos doadores. Em 2019, 15 mil novos voluntários vieram ao local e registraram o interesse em se tornar um doador. Ao todo, o estado possui 178 mil pessoas cadastradas.

Para se cadastrar como doador, a pessoa faz um exame chamado HLA com uma amostra de aproximadamente 4 ml de sangue. O resultado do procedimento é lançado em uma base de dados que é cruzada diariamente com outro banco de dados do Brasil e mundo, a qual contém os resultados de pacientes que precisam receber o transplante.

Quando o sistema encontra alguém compatível, o doador é chamado e submetido a uma avaliação clínica para receber orientações e realizar exames complementares para avaliar as condições de fazer a doação. A coordenadora médica de captação de doadores da Fundação Hemoba, a hematologista Aline Dórea, explica que o procedimento é fundamental para salvar vidas.

“A medula óssea é o tecido que fica no interior dos ossos, também chamado de tutano. Ela é rica em células que dão origem às células do sangue, os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e as plaquetas. Por isso são chamadas de células tronco. O transplante tem o objetivo de reconstituição de uma medula saudável, sendo indicada como forma de tratamento para cerca de 80 doenças, incluindo a anemia aplástica grave, anemias adquiridas ou congênitas, e na maioria dos tipos de leucemias, como a mieloide aguda, mieloide crônica e a linfóide aguda”.