EC Bahia

Com o calendário apertado, o Bahia iniciará a temporada 2020 dividido em duas equipes. O time principal, que será comandado por Roger Machado e terá como elenco a base que disputou a Série A do Campeonato Brasileiro em 2019, ficará responsável por atuar na Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Sul-Americana. A equipe B, treinada por Dado Cavalcanti e formada basicamente por atletas que participaram da última edição do Brasileiro de Aspirantes, jogará o Campeonato Baiano.

Apesar da divisão, o discurso no clube é de que não haverá cobrança menor para a equipe B. Nesta sexta-feira, o diretor de futebol Diego Cerri e Dado Cavalcanti concederam uma coletiva no Centro de Treinamento Evaristo de Macedo para detalhar o projeto.

– Faz tempo que a gente vem ensaiando para colocar isso em prática, que é o projeto efetivo da equipe B. Time com comissão técnica própria, atletas que treinam em paralelo com a equipe A, mas que de fato é uma equipe. Em outros momentos, fizemos projetos diferentes. Com todas as competições que disputamos no início da temporada, a gente utilizou um auxiliar técnico, separou grupo de atletas que não estavam tão desgastados e daí montou uma equipe para disputar jogos. Fizemos isso ano passado. Tivemos pontos bons, mas outros que julgamos que não eram ideais para sequência do projeto. Montamos uma comissão técnica robusta, com experiência e perfil para o que a gente idealiza para esse projeto. Essa equipe B é uma equipe que não necessariamente tem jogadores abaixo dos 23 anos, mas tem em sua maioria atletas jovens. Mesclamos atletas da base que precisam fazer a transição. Atletas da equipe B que precisam chegar mais maduros para a equipe A. Muito importante ter esse degrau entre as duas equipes. Ao mesmo tempo, isso possibilita que a gente vá ao mercado buscando jogadores ainda jovens, que precisam terminar de se desenvolver. A gente vê como eles se adaptam aqui para dar o próximo salto – disse Diego Cerri ao abrir a entrevista coletiva.

Time B do Bahia contará com nove atletas recém-contratados — Foto: Divulgação / EC Bahia

O time B já treina no mesmo turno da equipe A, o que possibilita um intercâmbio de jogadores para compor os treinos de cada grupo, além da troca de informações entre os treinadores. Dado Cavalcanti valorizou a interação e pontuou que um atleta do profissional poderá ser utilizado no grupo sub-23. O contrário também poderá ocorrer.

– O processo acontece muito no dia a dia. Hoje temos dois atletas treinando com Roger. Ontem foram três. Acontece por estarmos no mesmo horário. Isso traz benefício para todos. É importantíssimo. Sobre jogo, é mais específico. O calendário da equipe principal é mais sacrificado. Temos que estar preparados para atender as necessidades. Havendo necessidade de ceder atletas, estamos prontos para fazer. Havendo contrapartida, algum atleta do principal precisar ganhar minutagem, as portas estão abertas. Somos um só, somos Bahia – afirmou o treinador.

O técnico e o diretor abordaram algumas características do grupo. Neste início de Campeonato Baiano, o elenco do time B conta com cinco jogadores acima dos 23 anos, nove atletas recém-contratados, outros nove recém-promovidos das categorias de base e alguns remanescentes de 2019. Cerri explicou que o projeto levou em conta a possibilidade de gerar ativos para o clube, com aquisição de jogadores que estão no Bahia por empréstimo.

– Selecionamos atletas mais preparados da base. São atletas que Dado aprovou. Alguns serão titulares, outros reservas. O perfil que buscamos no mercado foi atleta que o Bahia possa adquirir no futuro. Se vem por empréstimo, a política é mais para frente adquirir por definitivo. Nenhum atleta tem preço absurdo. Isso foi motivo de corte de alguns atletas. Todos os atletas jovens, mesmo os que atuaram em Série A e Série B, estão aqui com preço acessível para virar ativo do clube.

No Bahia desde a última temporada, Dado Cavalcanti explicou as etapas do projeto para chegar ao grupo que disputará o Campeonato Baiano. A expectativa do treinador é que o estadual sirva de ponte para jovens atletas até o time principal.

– Tecnicamente a gente entende que a transição não é mais formação, não entendemos como base. Mas visualizamos utilizar os jogadores que não estão totalmente prontos para usar a camisa principal do Bahia e dar resposta pela exigência que há. Esse processo não nos permite permanecer com grupo numeroso. Não temos interesse em permanecer com os atletas por muito tempo. É desenvolver para atingir o espaço acima ou ceder espaço para que outros venham. O processo começou ano passado. A primeira etapa foi a formação da equipe para a disputa do Campeonato Brasileiro de Aspirantes. Conseguimos prospectar jogadores da região, com custo baixíssimo. Foram contratos baixos, amarrados para o futuro. Utilizamos jogadores que por algum motivo não conseguiram jogar o melhor no time principal do Bahia e utilizamos atletas do sub-20. Na segunda etapa, tivemos a avaliação pós-brasileiro. O terceiro momento, um momento final do projeto, foi a construção do elenco que disputa o estadual e estará pronto para ser utilizado para desafogar o calendário da equipe principal. Temos um elenco de jovens, nosso objetivo de trabalho é esse. Jogadores que podem se desenvolver e trazer frutos para o Bahia. Existe outra prerrogativa. Atleta que pode não jogar no Bahia, mas trazer fruto em negociação, abrindo espaço para outros atletas – disse o treinador.

O time B do Bahia estreia na temporada próxima quarta-feira, às 21h30 (de Brasília). A primeira partida do ano será contra o Juazeirense, em Juazeiro. Globoesporte