O governador Rui Costa já deu a senha, embora um dia após tivesse tentado desfazer o que chamou de mal-entendido. Fato é que a chapa da eleição de outubro será uma reedição da mesma que o elegeu em 2014, com PT, PP e PSD. Logo, a possibilidade de a senadora Lídice da Mata (PSB) tentar renovar seu mandato é remota, próxima de zero.

 

A questão não é apenas aritmética. Tanto PP e PSD têm deputados e prefeitos mais do que o PSB. O veto a Lídice passaria também por uma memória recente dos fatos. Em 2014, Rui disputou o governo do Estado, com uma candidatura pavimentada centímetro a centímetro pelo então governador Jaques Wagner.

 

Lídice, empolgada com a possibilidade do crescimento da candidatura de Eduardo Campos à presidência da República, resolveu se desgarrar do grupo ao qual sempre fez parte, para lançar-se em voo solo ao Palácio de Ondina. Até aí nada mal. Quem entra na política sonha com os cargos mais altos. O problema, segundo interlocutores do governo, é que Lídice pesou a mão quando da campanha de 2014 segundo o Bocão News.

 

Fez uma oposição ao grupo ao qual é ligada umbilicalmente de forma mais ferrenha do que o próprio candidato da oposição, o ex-governador Paulo Souto (DEM). No primeiro debate, realizado pela TV Band, Lidice chamou Rui Costa de “inimigo número 1 do funcionalismo público”.

 

A socialista Lídice disse que como Secretario de Relações Institucionais e Secretario da Casa Civil, Rui Costa fracassou nas negociações com os servidores, levando a duas greves que “prejudicaram a Bahia”. “Ela ia direto no fígado de Rui”, relembrou uma fonte do BNews. “Quando acabavam os debates, Rui virava para um grupo e perguntava: o que está acontecendo com ela?”.

 

Há quem diga que Rui Costa nunca perdoou Lídice, que agora, se quiser ter o mandato renovado, terá que alçar voo solo, sem a força de nenhum grupo. Nem da oposição, liderada por ACM Neto, nem tampouco governista, comandada por Rui Costa.