Deputados do PP e do União Brasil veem como “imbatível” a chapa que será supostamente formada pelo vice-governador João Leão (PP), que seria candidato ao Senado, e ACM Neto, cuja pré-candidatura ao governo já está lançada pelo União Brasil.

O principal motivo que sustentaria a ida de Leão para a oposição seria a “deslealdade” com que o líder do PP foi tratado na composição da chapa governista. O argumento é simples: se o senador Jaques Wagner (PT) retirou a candidatura ao governo e Otto Alencar também não aceitou a missão, o nome natural seria o de Leão.

Mas não foi essa a decisão petista, pelo menos a do senador Jaques Wagner, que anunciou que Rui Costa ficaria na cadeira de governador até o final do mandato e que a majoritária seria escolhida entre três quadros do partido: os secretários Jerônimo Rodrigues (Educação) e Luiz Caetano (Relações Institucionais) ou a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho.

O que pesa e aumenta a indignação dos progressistas foi a forma como João Leão soube da decisão de Jaques Wagner: indo para a Vice-Governadoria, ouvindo a entrevista do senador pelo rádio do carro. A reunião que ocorreu na segunda até a meia-noite não deu um rumo, naquele momento, ao destino do partido, mas estabeleceu a união de todos os progressistas em torno do vice-governador.

Lembram que Leão tinha uma eleição garantida para ser um dos deputados federais mais votados em 2014, mas apostou ser vice de Rui Costa quando o então indicado por Wagner tinha 2% nas pesquisas e o ex-governador Paulo Souto, candidato naquele ano, despontava com quase 60%. Quatro anos depois, aceitou continuar como vice-governador, abrindo espaço na chapa para que Angelo Coronel (PSD) compusesse com Wagner para concorrer ao Senado.

A resposta à lealdade, dizem os progressistas, foi a ingratidão. Nesta terça-feira, à noite, diversos quadros importantes do PP lançaram campanha nas redes sociais em que manifestam apoio ao vice-governador. “Estamos com você, João Leão”, diz o card compartilhado por deputados como Luiz Augusto, Antônio Henrique, os prefeitos Dr Pitágoras (Candeias) e o presidente da UPB e prefeito de Jequié, Zé Cocá.

“Se Leão parar, ele morre”, disse um dos progressistas mais próximos ao vice-governador, afirmando, inclusive, que em caso de composição com o União Brasil, o candidato é João Leão e não o filho e deputado federal Cacá Leão. “Cacá também é 100% João Leão”, asseverou o progressista que integra o “núcleo duro” do partido.

União

Do lado do União Brasil, os parlamentares ouvidos por este Política Livre destacam que, se não for uma chapa imbatível, é uma chapa com “cheiro forte de vitória”. “Se isso realmente se concretizar, vejo uma força política muito grande. ‘Imbatível’ é uma palavra muito forte, mas vejo uma chapa com cheiro de vitória muito forte”, disse um parlamentar do União Brasil.

Parlamentares da base do governo consideram que a briga entre Rui Costa e Jaques Wagner – exposta na imprensa na segunda-feira (7) – pode acabar rompendo toda a base. “Faltou paciência”, disse um petista. “Parece que não tiveram equilíbrio emocional”, comentou um progressista. Política Livre