Candidatos que ficaram em 1º lugar na lista tríplice para o cargo de reitores em cinco universidades federais divulgaram nesta última terça-feira (24) uma carta repudiando as nomeações feitas pelo governo de Jair Bolsonaro. Desde que assumiu a Presidência, Bolsonaro optou por não seguir a vontade da comunidade acadêmica na nomeação de novos reitores e, selecionou candidatos de acordo com a sua preferência.

O que é permitido por lei, já que, a escolha final cabe ao presidente da República. A carta é assinada pelos candidatos Anderson André Genro Alves, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Custódio Luís Silva de Almeida, da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fábio César da Fonseca, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Georgina Gonçalves dos Santos, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), e Gilciano Saraiva Nogueira, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).

No texto, eles classificam a escolha de Jair Bolsonaro como um atentado à autonomia e ao processo democrático das universidades. “Para além da falta de clareza dos critérios utilizados para as nomeações, o que representa notória violação dos princípios constitucionais da publicidade, da moralidade e da impessoalidade, estas ações representam uma forte ruptura com os processos democráticos de gestão das instituições acadêmicas” – carta dos reitores eleitos Ao todo, o governo interveio em 6 das 12 nomeações para o cargo da reitoria até agosto.

A medida gerou uma série de protestos em algumas universidades. Na Universidade Federal do Ceará (UFC) por exemplo, os estudantes bloquearam a entrada da reitoria para evitar a transferência de cargo. Os candidatos geralmente são indicados por representantes da universidade por meio de uma lista tríplice. Em algumas instituições, ocorre uma consulta pública informal na comunidade acadêmica com os três candidatos e, por tradição, o mais votado geralmente ocupa o cargo de reitor. G1