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O axé sempre foi um campo visto com rivalidade, mas muitas vezes nos bastidores também havia amizades e desejo de crescimento. Por conta da pandemia e o cancelamento do carnaval, Claudia Leitte e Ivete Sangalo se uniram para realizar uma live no dia 13 de fevereiro e poder trazer a festa para dentro de casa dos foliões de forma segura. Em entrevista ao Bahia Notícias, Claudinha deu detalhes da sua expectativa para a festa momesca, seu projeto com Veveta e como a live vai acontecer.

Em relação ao seu projeto com Ivete, a cantora explica que já era um desejo anterior e agora pode ser colocado em prática: “A gente vem falando sobre fazer alguma coisa juntas faz tempo. É muito clara nossa missão de levar alegria para as pessoas através da música. O carnaval é uma data onde a gente é muito feliz fazendo o que faz, apesar de estar passando por essa situação difícil. É muito justo compartilhar o melhor que a gente tem com as pessoas nessa época do ano.”

A cantora conta que sua expectativa para a chegada da vacina está lá em cima, principalmente pela saúde das pessoas: “A gente precisa de saúde pra trabalhar, saúde pra fazer qualquer coisa na vida. Há o desejo de retornar, claro, mas a preocupação é mesmo com o bem estar do próximo.” Todo ano a folia anuncia as famosas músicas do carnaval, porém mesmo sem a festa ao vivo, alguns cantores já mostraram o que têm de melhor para o verão. Com Claudia Leitte não foi diferente: a cantora lançou um novo EP, chamado de “Sol a Sol”.

“É um EP com quatro faixas que trazem uma sonoridade positiva, feliz… alto astral mesmo! Acredito que a música tem o poder de melhorar o nosso humor, o nosso dia, e isso tornou-se ainda mais necessário nos últimos tempos”, explica a baiana. Em relação à saudade deixada pela folia, a cantora é categórica: “Faz falta. Principalmente nesta época, que estaríamos às vésperas do carnaval. O trio é símbolo da nossa folia, puxa toda a multidão, agita a galera. O carnaval como um todo vai deixar esse espaço em aberto. Mas é preciso atenção! Agora é se cuidar e estarmos todos seguros!”, pondera a artista.

Apesar do carnaval ser um setor de diversão, também traz um lucro alto em turismo e cadeia de produção na cidade de Salvador. Diante disso, pessoas que se beneficiavam da folia estão sem emprego. “É uma crise geral, infelizmente afetou vários setores. A gente vive de arrastar multidões, música é isso, e a paralisação afeta a todos. Foi preciso se reinventar nestes últimos meses. No caso do carnaval, que é um evento massivo, o impacto é direto também”, explica Claudinha.

Com a espera da liberação da vacina e a contenção sofrida na capital baiana, o setor de eventos tem vivído momentos críticos. Em janeiro de 2020, a cidade já fervilhava de ensaios e estava preparada para receber os visitantes para o Carnaval. No mês de fevereiro 16,5 milhões de pessoas circularam pelas ruas de Salvador. Diante deste contexto e da perda de mais de 1 bilhão de receitas não realizadas, o carnaval precisou se reinventar. Desta forma, alguns blocos afros procuraram formas de fazer uma receita na folia momesca. (por Junior Moreira Bordalo/ Clara Abbud)