Com 1.500 toneladas, o submarino Tupi impressiona pelo tamanho e pela capacidade de navegar nas profundidades do oceano. Ele é um dos cinco submarinos da Marinha Brasileira e está em operação há 30 anos. O submarino é o único fabricado na Alemanha.

Ele está de passagem em Salvador e não está aberto ao público, mas a reportagem da TV Bahia conseguiu uma autorização especial para mostrar a embarcação por dentro.

O submarino tem 62 metros de comprimento e 16 de altura. Ele consegue submergir a uma profundidade de 250 metros. No interior do Tupi é preciso ter jogo de cintura para caminhar porque ele é bem estreito.

Na embarcação tem o compartimento de torpedos, que é o setor de armamentos do submarino. “Aqui nós temos oito tubos de torpedos e capacidade de levar mais seis torpedos em berços que ficam embaixo do piso”, disse o comandante Marcello Silveira.

Com pouco mais de quatro metros de largura, 42 militares navegam com o submarino. “Eles são divididos em relação às suas acomodações”, conta o comandante.

“No momento de dormir não tem tanto problema porque nós dividimos o serviço em sistemas de quartos, então sempre tem o pessoal que está dormindo, o outro acordado, dificilmente está todo mundo junto, acordado, no mesmo espaço”, conta Marcello Silveira.

Na parte da cozinha, que também é estreita, a atividade acontece durante todo o dia. “Nós começamos bem cedo. Parece até pequeno, mas ela [a cozinha] é bem compactada, tem bastante armários, então você consegue guardar bastante coisa”, disse o sargento Tibúrcio.

Para flutuar, a embarcação precisa se tornar mais leve do que a água; para afundar, mais pesada. Tudo controlado por meio de tanques internos, com válvulas. Quando se deseja afundar, os tanques se enchem de água e o ar de dentro deles fica comprimido.

Já para flutuar, esses tanques se enchem com o ar comprimido, que expulsa a água. É no compartimento de comando, no coração do submarino, que os militares recebem as coordenadas e fazem essa operação.

“A navegação aqui é feita através de um sistema de navegação inercial, onde é controlado pela mesa e o controle da superfície. O controle tático dos contatos de superfície é feito pelo Sonar e o sistema de direção de tiro”, conta o comandante.

“A gente não consegue enxergar, a gente só enxerga quando a gente está em uma profundidade de 15 metros, que a gente chama de cota de 15 metros, e a gente coloca o periscópio do lado de fora e assim consegue visualizar alguma coisa na superfície”, disse Marcello Silveira.

“A principal atração do submarino é o periscópio. É conseguir enxergar algo do lado de fora aqui dentro do submarino”, destaca o comandante. “As luzes vermelhas representam a noite dentro do submarino, é como a tripulação sabe que é noite, que é dia já, e quando o sol já põe”, conta.

Um pouco mais a frente é onde os marinheiros direcionam o submarino. “Aqui ele vai para a profundidade ordenada, vai pro rumo que o oficial de periscópio determinou para que ele dirija o submarino daqui”, disse o comandante.

O equipamento está em Salvador para reabastecer. Ele está em missão de patrulhamento pela costa brasileira desde o dia 30 de outubro, quando os militares embarcaram no Rio de Janeiro. Depois da parada, o Tupi volta a mergulhar com destino a Ilhéus, no sul do estado. G1