Foto: Marcos Corrêa / PR

Com a possível saída de Braga Netto do comando do Ministério da Defesa, para assumir a vice de Jair Bolsonaro, militares já estão em “guerra” pela vaga que comanda as três Forças Armadas. Nos bastidores, há uma disputa entre militares do Exército e da Marinha pela vaga. Segundo o blog apurou, Bolsonaro vê o comando da Defesa com prioridade, principalmente em ano eleitoral, e não quer “errar” como acredita ter feito com Fernando Azevedo e Silva, ex-titular da pasta, que não cedeu a seus pedidos de mais alinhamento das Forças Armadas com o governo.

Azevedo, aliás, aceitou convite do ministro Alexandre Moraes e estará ao lado dele no TSE durante o pleito eleitoral. Moraes é visto como adversário do governo por Bolsonaro, que se irritou com o convite de Azevedo. A estratégia do Planalto é confundir a opinião pública ao mesclar militares políticos, que toparam ingressar no governo, com militares na ativa, que integram as Forças Armadas, para criar um clima na sociedade de que todos os militares apoiariam o presidente.

Como parte dessa estratégia de usar o poder para politizar a imagem das Forças Armadas, Bolsonaro quer dar uma continuidade à gestão de Braga Netto na Defesa. Se Braga Netto, de fato, deixar a pasta, o governo já busca um perfil como o do assessor: fiel e cumpridor de projetos políticos, sem questionar ou se opor à politização dos militares.

Nesse perfil, militares ouvidos pelo blog afirmam que se encaixariam ou Luiz Eduardo Ramos ou Augusto Heleno. Se for Heleno, Ramos poderia ocupar o Gabinete de Segurança Institucional. Ambos são vistos como leais ao presidente- porém, possuem avaliações distintas dentro do próprio Exército. Na avaliação de integrantes da força, Heleno sofreria menos rejeição do que Ramos.

Já pela Marinha, está de olho na vaga o almirante Garnier, chefe da força e tido como o mais bolsonarista dos comandantes das forças. Foi dele a inciativa de desfilar com blindados em frente ao Palácio do Planalto no mesmo dia da votação do voto impresso, na Câmara. Na ocasião, ele chamou de “coincidência “. Nos bastidores, o desfile foi visto como uma intimidação ao Congresso, com aval do presidente Bolsonaro- que jamais repreendeu publicamente o evento. Por Andréia Sadi/G1