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Ao menos 40 casos de malária já foram confirmados em Itabela, no sul da Bahia, o que é considerado um surto. Para evitar que se torne uma epidemia, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) montou um laboratório na cidade e está usando inseticida para combater o mosquito transmissor. A coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Sesab, Ana Cláudia Nunes, explica quais ações estão sendo feitas, além da aplicação do inseticida para conter o vetor.

“A malária é uma doença de notificação compulsória e ela pode aumentar esse surto. Então, para evitar que haja uma epidemia da doença, a gente encaminhou dois técnicos da Vigilância Epidemiológica do estado para fazer as ações junto ao município e junto à regional: o controle do vetor, o reconhecimento geográfico, educação continuada para os profissionais de saúde e para a população, fazer todos os alertas necessários”, explica.

Ana Cláudia diz ainda que a equipe vai a campo e faz o reconhecimento geográfico da situação. “A gente já fez a marcação com ponto de GPS de todas as casas que foram infestadas, já chegou na Bahia o inseticida que a gente utiliza para fazer a borrifação nessas casas que foram acometidas”, conta. O primeiro de malária caso registrado no sul da Bahia foi de uma pessoa chegou à Bahia contaminada no estado amazonense.

“Ele chegou à Bahia em setembro do ano passado, não realizou o tratamento de forma correta, e acabou infectando todos os outros casos. A gente tem feito o diagnóstico precoce de todos os casos lá de Itabela e temos feito os tratamentos supervisionados”. “A importância do tratamento para a malária é a continuidade do tratamento, então a gente tem feito esse monitoramento para todos os pacientes”.

Ana Cláudia também detalhou a diferença entre surto e epidemia, e a importância de controlar o vetor para que os casos não se expandam. “O surto é um crescimento repentino em uma região. Se a gente não controlar esse surto, ele pode levar a uma epidemia, que é o aumento desses casos repentinos em outras regiões do estado. Então a gente faz o controle do vetor, o controle das ações contra a malária”.

Os pacientes contaminados em Itabela moram no assentamento Margarida Alves, que fica próximo a uma lagoa, o que acaba colaborando com a proliferação do mosquito e, consequentemente, com a multiplicação da doença. “A gente já fez a limpeza do riacho, uma lagoa que fica próxima ao assentamento. A gente tem que lembrar que essas famílias ficam ao redor de um lago, um local que tem bastante mata e, até domingo, a borrifação vai estar acontecendo no município”. G1