EC Bahia

O Bahia tem na defesa um dos pontos altos da grande campanha realizada até aqui no Campeonato Brasileiro. Com 15 gols sofridos em 18 jogos (média de 0,83 por partida), o Tricolor tem a quarta defesa menos vazada da competição, à frente do líder Flamengo, que sofreu 18 gols, e do vice-líder Santos, também com 18. Números que ajudam a entender o 7º lugar na competição, que fazem o time ficar colocado no G-6 e alcançar o seu melhor desempenho em um primeiro turno de Brasileirão na era dos pontos concorridos.

E diante de tudo isso, nada mais normal que destacar apenas os defensores do Bahia, certo? Não é bem assim. Escolhido para conceder entrevista coletiva após o treino desta quarta-feira, o centroavante Gilberto brincou com o bom momento e lembrou da participação dos jogadores de ataque no sistema defensivo do Tricolor.

– Vou até fazer uma brincadeirinha. O videogame tem que aumentar o poder defensivo dos atacantes, que são os mais que correm hoje em dia para marcar, pressionar a linha alta. E a gente tem feito isso bem. O grupo está sabendo assimilar isso bem do que o Roger está pedindo, pressionar a hora que tem que pressionar, descer para as linhas que ele quer. Isso está sendo bem feito e, por isso, a gente está tendo resultado positivo – disse Gilberto.

– Clube a ser batido é o que está liderando o campeonato. Nós estamos fazendo boa campanha e queremos continuar, fazer com que ela se prolongue. Se até o final do ano não sofrer gols e vencer todas as partidas vou ficar feliz para caramba. Mas é difícil, a gente vai ter que lutar jogo a jogo pelo que quer. Domingo temos um jogo difícil, um clássico nordestino, que a gente tem que se doar ainda mais – continua Gilberto.

Ajuda na defesa e, principalmente, no ataque. Responsável por sete dos últimos nove gols marcados pelo Bahia, Gilberto já balançou as redes 24 vezes em 2019. Apesar dos bons números, ele sempre adotou o discurso de não definir metas. E, nesta quarta-feira, de forma bem-humorada, ele explicou o motivo.

– Sempre fui pessoa que gosta de desafios. Questão de artilharia, prefiro não colocar como meta. Quando se coloca como possível artilheiro, fica fominha até demais [risos]. No meu caso, eu já sou fominha, meus companheiros reclamam de mim. Imagine se eu começar a chutar todas? O bicho vai pegar para o meu lado. Prefiro ir jogo a jogo, os companheiros me ajudando como estão. Se acontecer, vou ser abençoado por isso. Se não vier, vou ficar feliz pelo rendimento que nosso grupo está tendo que está excelente.

Para melhorar os números no próximo jogo, contra o Fortaleza, Gilberto pode não contar com o líder em assistências do Bahia. Convocado para defender a seleção olímpica, Artur se machucou no amistoso contra o Chile, realizado na última segunda-feira, e é dúvida para a partida. Gilberto avaliou o que muda no time jogar com Artur ou Élber.

– A gente vem de um jogo muito bom. Defensivamente, o Élber ajuda bastante, tem essa quebra de linhas que ele faz com agilidade. Um cara rápido, que sabe driblar, penetrar na defesa e girar e achar um jogador em melhor condição de fazer o gol. O Artuzinho está em uma fase excepcional, também tem essas características. Tem uma coisa que ele gosta muito, e a gente brinca que ele é fominha, vem para dentro e chuta. São dois excelentes jogadores, o Artuzinho um pouco mais novo, o Élber mais vivido no futebol, com características parecidas que estão nos ajudando bastante, dão conta do recado. O Roger está feliz com as opções que ele tem. Ele tem que fazer as escolhas dele, e eu não posso interferir [risos]. Globoesporte