EC Bahia

Com Gilberto em fase pouco efetiva, o técnico Roger Machado optou por escalar Fernandão como titular nos empates com Cruzeiro e Chapecoense, nas últimas duas rodadas da Série A. A mudança fez o perfil da equipe ser alterado. Ao invés de jogadas em velocidade, principalmente pelo chão, o time adotou um estilo que prioriza a bola aérea, com lançamentos e cruzamentos na direção do centroavante.

O objetivo é claro. Fernandão tem mais de 1,90m e tem o cabeceio como uma grande arma. Ao explorar a boal aérea, os jogadores tricolores tentam fazer com que o centroavante coloque em prática uma de suas principais qualidades. Porém, nenhum gol de cabeça foi marcado na última semana. Contra o Cruzeiro, Fernandão balançou as redes do Mineirão em cobrança de pênalti.

Já diante da Chapecoense, Marco Antônio completou com chute de fora da área após escanteio. Ao longo do Brasileiro, o Bahia mantém uma média de 21 bolas levantadas na área adversária por jogo. Mas, com a mudança de referência ofensiva, o índice foi superado. Segundo dados do site Footstats, em Minas Gerais o Tricolor cruzou 29 vezes, e em apenas três a bola alcançou o atacante da equipe baiana.

Já a partida contra a Chapecoense ficou marcada como a que o Bahia mais fez cruzamentos. No total, foram 49, sendo que apenas 11, ou 22% do total, foram considerados certeiros. Na coletiva concedida após a partida, Roger Machado justificou a estratégia do time em abusar dos lances de bola aérea.

– A circunstância do jogo do adversário, que fez uma linha de cinco fechando o meio, te dá um lugar no jogo, um lugar do campo, para construir, e não era por dentro. Neste jogo, era pelas laterais, cruzamentos, mesmo com três jogadores altos; no segundo tempo, com Guerra, quis que a gente pudesse alternar mais. Mas, com jogadores como Gilberto e Fernandão na área, naturalmente você vai cruzar. Quando não cruza da parte final do campo com a defesa montada, é mais difícil. Mas o jogo se desenhou assim, pela característica do adversário e dos jogadores que temos em campo. Essa característica, em algum momento, você precisa usar. Não é feio cruzar a bola – disse o técnico.

Ao longo do Brasileirão, o Bahia marcou apenas três gols de cabeça, sendo segundo time de pior aproveitamento no quesito de toda a competição. Arthur Caíke, Fernandão e o pequenino Artur foram os responsáveis por balançar as redes em jogadas aéreas pelo Tricolor. O Flamengo, adversário do próximo domingo, às 18h (de Brasília), no Maracanã, lidera o ranking, com 13 gols de cabeça.

Para o jogo contra o Fla, Roger deve escalar um ataque mais leve, que privilegia as jogadas em velocidade, o que favorece Gilberto na disputa pela posição de titular. O volante Ronaldo, que foi emprestado ao Tricolor pelo Rubro-Negro carioca, não pode atuar por questões contratuais. Giovanni está lesionado e não atua mais na temporada. Com dores no pé, Marco Antônio foi vetado pelo departamento médico.

Com 43 pontos, o Bahia ocupa a 9ª posição e tenta manter vivo o sonho de classificação para a Libertadores da América de 2020. O Corinthians, 6º colocado, tem 48 pontos, cinco a mais que o Tricolor. Globoesporte