O presidente eleito, Jair Bolsonaro, defendeu nesta quarta-feira (14), em encontro com governadores eleitos em Brasília, a aprovação de medidas “um pouco amargas” no Congresso. Em um discurso no fim do evento, Bolsonaro disse que a União e os estados vivem momento de dificuldade e que a equipe econômica de seu governo está concluindo propostas de reformas que devem ser apresentadas ao Congresso.

 

Ele não citou quais reformas se referia. “As reformas passam pela Câmara e pelo Senado e nós pedimos neste momento, os senhores têm realmente a perfeita noção do que tem que ser feito. Algumas medidas são um pouco amargas, mas nós não podemos tangenciar com a possibilidade de nos transformarmos naquilo que a Grécia passou”, afirmou Bolsonaro.

 

Ele lembrou que tem pedido ao presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (MDB), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), a aprovação de medidas do interesse do próximo governo ainda neste ano. Eunício Olveira também estava presente no encontro com os governadores. “Temos que aprovar reformas, que estão sendo ultimadas pela minha equipe econômica. Já temos pedido aos presidentes da Câmara e do Senado determinadas matérias”.

 

“Termos de buscar soluções, não apenas econômicas. Se conseguirmos diminuir a temperatura da insegurança no Brasil, a economia começa a fluir”, completou o presidente eleito. Bolsonaro disse ainda que o momento pede união entre os governantes, independentemente de afinidades partidárias. “Temos de fazer política diferente do que fizemos. Não teremos outra oportunidade de mudar o Brasil. Temos de dar certo, trabalhar unidos, irmanados nesse propósito, independente de política partidária”, afirmou.

 

No discurso, Bolsonaro afirmou que deseja “dividir” os desafios com os governadores eleitos e que fará o possível para auxiliar os estados, mesmo que o governador seja de partido de oposição, como o PT. “Faremos todo o possível para atendê-los, independente de coloração político-partidária. Não interessa se o colega é governador do PT, ou de outro partido qualquer, como o DEM ou o meu PSL”, declarou o presidente. Ao final do encontro, o governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), disse que os governadores presentes manifestaram apoio à aprovação da reforma da Previdência.

 

“O futuro ministro Paulo Guedes pediu o apoio dos governadores para as reformas, começando com a reforma da Previdência. Nós dissemos, até porque isso foi debatido durante a nossa reunião, as três noras de reunião, com os 20 governadores, o apoio é integral a reforma da Previdência, a importância que seja a primeira das reformas”, afirmou Doria.

 

“A nossa posição também ao longo da reunião é de apoio à reforma da Previdência, que seguramente será a primeira a reforma a ser colocada pelo governo no âmbito do Congresso Nacional […] pela importância que ela representa no âmbito da saudabilidade do governo federal e por consequência também dos estados”, completou.