A região metropolitana de Salvador registrou inflação de 0,18% em setembro deste ano. O número integra o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e divulgado nesta última quarta-feira (23). O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês.

Segundo o IBGE, o índice registrado na região metropolitana de Salvador foi considerado o menor do país, e ficou abaixo da média nacional (0,45%). Em setembro de 2019, a inflação na região ficou em -0,04%.

Na frente da Bahia, está a região metropolitana do Rio de Janeiro (0,19%), Belém (0,38%) e Porto Alegre (0,41%). O IBGE divulgou, também nesta quarta, que houve uma desaceleração na região metropolitana de Salvador em relação ao mês de agosto, quando foi registrada inflação de 0,23%.

O baixo índice do mês de setembro foi resultado da queda em: saúde (-0,78%) e transporte (-0,52%), com influência, respectivamente, das quedas nos planos de saúde (-2,26%) e na gasolina (-2,66%). Individualmente, a gasolina foi o maior responsável para frear o aumento do índice na região.

Já no caso do grupo saúde e cuidados pessoais, a influência mais importante para conter o IPCA-15 de setembro, na RMS, veio dos planos de saúde (-2,26%), com produtos para pele (-4,20%).

As altas foram percebidas em: alimentação e bebidas (1,08%) e habitação (0,93%), sob efeito, respectivamente, das carnes (5,94%) e dos combustíveis domésticos e energia (1,21%). O óleo de soja foi o produto com maior aumento de preço no IPCA-15 de setembro (22,42%).

Entre as despesas com moradia, o aumento foi identificado em combustíveis e energia (1,21%), puxados pelas altas no gás de botijão (2,61%) e na energia elétrica (0,73%). Entre janeiro a setembro, o IPCA-15 da região metropolitana de Salvador teve alta acumulada de 1,83%, a terceira maior do país, e ficou acima do registrado na média nacional (1,35%).

Alta nos preços durante pandemia

O aumento no preço dos alimentos é sentido no bolso. Segundo Ivonete dos Santos, que é dona de uma lanchonete, ela precisou elevar o valor dos lanches por causa do aumento no valor do óleo de soja.

“Antes, eu comprava uma caixa de óleo por R$ 50. Depois, foi só subindo. Foi para R$ 85 e chegou a R$ 90. Na semana passada, eu ainda comprei por R$ 90 a caixa. Esta semana já comprei duas caixas a R$ 125,80. Aumentei, o que era de R$ 1 foi para R$ 2”, contou.

Além do óleo de soja, o aumento foi percebido no tomate (40,33%), banana (30,4%), arroz (22,5%) e a carne (19%). Essa alta já é chamada por pesquisadores como a “Inflação da Covid-19”. Estudiosos da Universidade Harvard, por exemplo, identificaram o aumento em 18 países.

Segundo eles, como o peso desses produtos aumentou no orçamento das famílias, o impacto nas contas também é maior. O Brasil foi o país, conforme os pesquisadores, que gerou a maior variação de inflação entre a medida pelo governo e a medida pela inflação da Covid-19, verificada na pesquisa.

A variação foi de 0,88%. Atrás estão os Estados Unidos da América (EUA) e o Uruguai, com 0,82% cada. “Eu estou assustado com o absurdo dos preços das coisas. Depois que houve essa pandemia, eu imaginei que as coisas nem fossem aumentar tanto, só que os preços aumentaram absurdamente e de coisas necessárias para nossa casa”, falou Carlos Alberto, motorista. G1