O médium João de Deus ficará internado por mais 10 dias após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde o mês de março, ele está no Instituto Neurológico de Goiânia. De acordo com uma nota divulgada pelo hospital, João de Deus “está em tratamento de pneumonia com a previsão de usar antibiótico venoso por mais cinco dias”.

As informações são do portal G1. Preso desde dezembro de 2016, o médium é acusado de abuso sexual em série durante atendimentos espirituais, na Casa Dom Inácio de Loyola, na cidade de Abadiânia (GO).

Inicialmente, o período de tratamento médico seria de quatro semanas. Com o agravamento do quadro de saúde do médium, o advogado Alberto Toron, que o representa, fez o pedido de mais 10 dias à Justiça. “Não há condições para seu retorno ao Centro de Custódia”, teria alegado Toron.

O advogado teria apresentado, também, um boletim médico que não informa previsão de alta hospitalar, apenas um tratamento com antibiótico venoso. Ao fim do novo prazo, atualizações médicas sobre o líder espiritual devem ser apresentadas à Justiça.

Transferência
Na época da transferência, em março, a defesa apresentou documentação por determinação do STJ para demonstrar a gravidade do estado de saúde do médium. Ele tinha um aneurisma da aorta abdominal com dissecção e alto risco de ruptura, sendo necessário o controle adequado da pressão arterial.

Toron sustentou, ainda, que a unidade prisional em que o líder espiritual se encontrava não tinha médicos suficientes para o acompanhamento de todos os presos e que a medicação administrada ao paciente era inapropriada.

Agora no hospital, o médium fica em um quarto isolado, com 20 m², uma antessala, televisão, frigobar, banheiro privativo e ar-condicionado.

Habeas Corpus
João de Deus teve habeas corpus concedido pelos desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), mas continua preso. A decisão do colegiado em Goiânia foi unânime e ocorreu em 12 de março, após pedidos da defesa.

A solicitação de soltura analisada ocorreu em relação à prisão de João de Deus e do filho dele, Sandro Teixeira, por suspeita de tentar coagir testemunhas de suposto assédio cometido pelo médium. Como existem outros mandados de prisão, o médium continua preso. Sandro teve a liberdade concedida. Igor Estrela/Metrópoles