Por: Pedro Vilas Boas

A história do “Bar da Rosa” se confunde com a trajetória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lançado à política por meio do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo dos Campos. Com o estabelecimento ao lado da instituição, Dona Rosa Kido, 60, lembra os momentos de proximidade com a “família Lula”.

“Sou lulista, petista, há décadas. Fiquei muito alegre com a saída dele da prisão, porque foi uma prisão injusta, né?”, respondeu ao questionamento da reportagem, na manhã deste último domingo (10), enquanto temperava a carne para servir aos clientes mais tarde.

Ela, que no sábado (9) permaneceu o tempo todo no bar servindo cerveja a quem entrava, conta que já foi servida pelo próprio Lula em visita ao sindicato em outras oportunidades. “Gente simples. Ele mesmo que servia a cerveja pra quem ia lá. Já vi ele pessoalmente diversas vezes”, revelou.

Dona Rosa sofreu quando Marisa Letícia, ex-esposa de Lula, morreu. “Fiquei muito triste, pessoa boa”, disse, com o lamento de quem tem propriedade para falar de alguém que compartilhou momentos juntos. Quem também já foi ao bar “tomar um melzinho”, como mesmo Dona Rosa definiu, foi o senador baiano Jaques Wagner.

Na avaliação da lulista, o político tem qualificação para ser presidente da República. Claro, se Lula não puder concorrer. “Governador? Não, presidente”, exclamou, quando foi informada sobre a expectativa dos petistas baianos para que Wagner assuma o Palácio de Ondina.

Neste último sábado (9), o BNews acompanhou em São Bernardo do Campo o primeiro ato político organizado pela militância do PT, de movimentos sociais e outros partidos de esquerda para celebrar a soltura do ex-presidente Lula, que foi beneficiado com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de proibir a prisão de pessoas condenadas em 2ª instância.

A maior liderança petista abriu o discurso com duros ataques à Rede Globo de televisão e ao ex-juiz e ministro da Justiça, Sérgio Moro. “Lá está o helicóptero da Globo, para falar merda outra vez”, bradou.

“Tinha dúvida se vim fazer discurso ou ter uma conversa com vocês”, continuou o ex-presidente, ao começar a explicar as razões pelas quais decidiu obedecer ao mandado de prisão em abril do ano passado.

“Tomei a decisão de ir lá [no prédio da Polícia Federal em Curitiba] porque preciso provar que o juiz Moro não era juiz, era um canalha. [Deltan] Dallagnol não representa o Ministério Público, que é uma instituição séria. Se eu tivesse saído do Brasil seria um fugitivo”, afirmou, ovacionado após a fala, em cima de um trio. Bocão News