Foto : Mateus Pereira/GOVBA

O Comitê Científico do Consórcio do Nordestes, presidido pelo médico Miguel Nicolélis, recomendou a adoção de “lockdown” em Salvador, Feira de Santana, Itabuna e Teixeira de Freitas para conter o coronavírus. A medida significa o fechamento total de todos os serviços que não são essenciais.

De acordo com o boletim, todo os indicadores analisados indicam “uma profunda interiorização da pandemia na Bahia”. O grupo assevera ainda que a estratégia da prefeitura da capital de isolar bairros pontuais produziu desaceleração dos casos de covid-19, mas não surtiu o efeito desejado de “trazer a taxa de crescimento de casos de coronavírus a níveis decrescentes”.

Com a doença “enraizada” no interior, o Comitê Científico do Nordeste alerta que a capital pode sofrer um “efeito bumerangue”, com a ocupação de leitos por pacientes vindos do interior. Entre as recomendações do comitê, está a instalação de de “barreira sanitárias” na rodovia que conecta Salvador a Feira de Santana.

“Trechos da rodovia BR 101 que conectam o sul da Bahia com Salvador, e Salvador com o estado do Sergipe, também deveriam ser consideradas como alvos estratégicos para barreiras sanitárias e possível manejo de tráfego de carros particulares, mantendo se todo o tráfego de carga essencial e transporte de pacientes. Este comitê também sugere que cidades como Feira de Santana e Teixeira de Freitas considerem a decretação de estados de isolamento social rígido por pelo menos 14-21 dias. O comitê também recomenda que o governo do estado e os municípios da Bahia priorizem a criação imediata de Brigadas Emergenciais de Saúde em todo o estado como forma de coibir o alastramento da pandemia nas cidades do interior e mesmo em Salvador”, afirma.

Resposta de Neto – Durante entrevista realizada na manhã desta sexta-feira (3), o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), descartou seguir possível orientação do Consórcio Nordeste e realizar lockdown na capital baiana.

“Eu não vi essa recomendação. Caso ela tenha acontecido não tem qualquer tipo de impacto. Eu não tenho me amparado nas opiniões do Consórcio do Nordeste. Estamos trabalhando com os nossos técnicos da Secretaria Municipal de Saúde, da Fiocruz, da UFBA e temos trocado experiência com dezenas de prefeitos e governadores em todo o Brasil. Estamos acompanhando o comportamento da Covid-19 em vários lugares do mundo e tomando decisões técnicas e científicas e fazendo todo o esforço para evitar o lockdown”. Metro1